Vanderlei recebeu escolta até a chegada (foto: Alexandre Koda/ www.webrun.com.br)
Na manhã desse sábado (16) cerca de 100 atletas convidados se reuniram em Morungaba, interior de São Paulo, para a disputa da sexta edição do Circuito Montanholi, prova de meia maratona cross-country com um percurso que exige muito preparo físico. Também aconteceram simultaneamente uma corrida de 14 quilômetros e uma caminhada de nove.
Morungaba – A prova é considerada pelos atletas que já participaram como uma das mais difíceis meia maratonas do Brasil, devido ao percurso acidentado, em terra batida e com aclives e declives íngremes. O empresário José Carlos Romanholi é o anfitrião do evento, que acontece nas imediações do Sítio Santa Clara, de sua propriedade.
Desde as primeiras horas da manhã a movimentação já era intensa no sítio, devido à presença dos atletas na retirada de chips e número de peito, ao mesmo tempo em que um café da manhã era servido. O tempo seco e o predomínio de sol já indicavam que seriam um empecilho a mais na corrida.
Às 9h10 teve início o alongamento e aquecimento, ocasião em que Romanholi aproveitou para passar algumas dicas. Segundo ele, era preciso tomar cuidado com o cascalho do percurso, assim como ingerir bastante água para evitar problemas de desidratação.
Largada – Quando os ponteiros indicaram 9h30 foi dado o tiro de largada e, logo no primeiro trecho, os atletas se depararam com uma subida forte, fato que impossibilitou a formação de pelotões. Ana Luiza Garcez, a Animal, esteve presente no evento apenas para incentivar os colegas e a todo o momento procurava animar os mais cansados ou passar alguma orientação.
Na caçamba do safety car, veículo que acompanhou o percurso, Ana exclamava solta mais os braços, ou vamos lá, você está indo bem, mantenha o ritmo. A bela paisagem de morros e pastos era muitas vezes confrontada com o odor de esterco de vaca ou ainda de carniça.
Na passagem do quilômetro quatro os líderes feminino e masculino já davam uma prévia de como seria o resultado final. Vanderlei Alves, Lindomar de Oliveira e Joaquin de Oliveira entre os homens e Elisabeth Esteves, Conceição Oliveira e Cristina Carvalho entre as mulheres permaneceram nessas posições até cruzarem a linha de chegada.
Vanderlei fechou os 21 quilômetros em 1h15min27, enquanto Lindomar chegou quatro minutos depois e estabeleceu 1h19min05 e Joaquim 1h19min25. Já no feminino a briga não foi tão acirrada no final, já que Elisabeth cruzou em 1h32min08, Conceição em 1h39min59 e Cristina em 1h47min54.
Após se recuperar do esforço, o campeão explicou o motivo pelo qual venceu com uma boa vantagem em relação aos adversários. Eu moro em Morungaba e treino numa área próxima ao percurso da prova. A minha estratégia foi sair num ritmo forte para pegar a liderança e tentar mantê-la. Já sobre o pior trecho, ele lembra que entre os quilômetros 14 e 16 as ladeiras deram muito trabalho.
Lindomar, mais conhecido como Pantanal, fala que confundiu os competidores de outras provas, imaginando que eram adversários a serem batidos. Eles não têm número nas costas e eu acompanhei forte até a hora que eles pararam. Nessa hora o Vanderlei me passou e meu psicológico foi lá embaixo.
Já Joaquim, elogia a organização e comenta o motivo de voltar todos os anos mesmo sabendo que o percurso desgasta muito o corpo. Eu saí num ritmo forte para tentar fazer 1h14 e foi um risco, mas mesmo assim garanti o pódio. O sentido da prova é a festa e a recepção que o organizador faz.
Mulheres – Entre as garotas Elisabeth quase desistiu no quilômetro 13, mas conseguiu arranjar uma força extra para ser campeã. Foi difícil, mas eu sabia que estava em primeiro e a segunda estava bem distante. Depois do quilômetro 17 deu vontade de andar, mas eu fui igual a uma patinha choca, mas não andei. Ela comenta ainda que resolveu tomar a liderança logo de cara, pois sabia da dificuldade das adversárias em alcançá-la.
Conceição teve câimbras em meio à prova, motivo pelo qual segurou um pouco o ritmo, já que correrá a Maratona do Rio de Janeiro no próximo domingo (24). Vim prestigiar a prova como sempre e, ao mesmo tempo, para saber como está o meu ritmo para o Rio, conta a atleta que esteve na Maratona de São Paulo no último dia três.
Cristina Carvalho, treinadora e fundadora da Núcleo Aventura, equipe especializada em provas de aventura, diz que não passou muito bem durante a semana e correu no sacrifício. Segundo ela, saber que estava na terceira colocação e distante da quarta colocada foi um incentivo para que não abandonasse.
Este texto foi escrito por: Alexandre Koda