Brasileira bate recorde mundial e faz história na montanha mais alta da África

Ultramaratonista, Fernanda Maciel completa trajeto de subida e descida no monte Kilimanjaro em pouco mais de 10 horas e supera marca de atleta europeia

Redação Webrun | Ultra Maratona · 27 set, 2017

Foto: Gabriel Tarso

Foto: Gabriel Tarso

O que acontece quando um sonho parece ser maior do que os limites do próprio corpo? A ultramaratonista Fernanda Maciel prova a cada feito que persistência, treino e muita coragem fazem com que tudo se torne realidade. E na última terça-feira (25), ela escreveu mais um capítulo histórico para o esporte brasileiro. A mineira, de Belo Horizonte, bateu dois recordes mundiais ao subir e descer correndo a montanha mais alta da África, o Monte Kilimanjaro, a 5.895m de altura.

A brasileira começou a subida pela entrada do Parque Nacional, o Umbwe Gate, a 1.670m, por volta das 5h da manhã. Após 7 horas e oito minutos, ela já estava no topo. Ao todo, o percurso de ida e volta durou 10 horas e seis minutos. As marcas superaram os tempos da corredora alemã/suíça Anne Marie Flammersfeld. A europeia precisou de 8 horas e 32 minutos para subir e completou o trajeto em 12 horas e 58 minutos, em 2015.

“Alcançar o topo foi um momento muito especial, cheio de paz. Foi lindo ver a geleira Stella misturada com o vulcão no alto do Kilimanjaro. Eu trabalhei duro desde o início até o final e tive um grande desempenho, foi mágico. Estava sonhando com este momento há três anos! Tive a oportunidade de desafiar o Monte e também de conquistar o recorde mundial, assim como o do Aconcágua. Correr em montanhas super altas é um estilo diferente de exploração, uma experiência incrível e espero poder inspirar mais mulheres”, afirma a brasileira, de 37 anos.

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Para se preparar para a subida, Fernanda passou quatros dias se aclimatando na região. Por lá, avaliou a vegetação, terreno e dormiu duas noites a 4.600m. A atleta conta que o principal desafio da subida foram as avalanches de pedras. “Dois dias antes de eu subir, quando estava treinando ainda, passei por uma delas. Na hora, tive que me abaixar e correr como se fosse uma cobra para me esconder atrás de uma pedra. Nessa hora acabei cortando meu joelho. As rochas eram enormes, tinham o tamanho de um fogão. Precisava ficar o tempo todo alerta”, explica.

“Na minha subida, como parte da estratégia para fugir das pedras, tive de reservar bastante energia para a parte acima dos 5.200 metros de altitude. Só assim para ter a capacidade de ir rápido no meio desse vale que é a parte mais perigosa. Isso é um desafio enorme, porque nessa altitude já começo a ter menos oxigênio para respirar e para me dar forças de ir em frente”, completou a ultramaratonista.

Foto: Gabriel Tarso

Foto: Gabriel Tarso

Além de desafiar e vencer o Monte Kilimanjaro, Fernanda Maciel tem outros grandes feitos na carreira. Em 2016, ela se tornou a primeira mulher do mundo a subir e descer o Monte Aconcágua, que tem 6.952 metros de altura, em menos de 24 horas. Ela completou o trajeto em exatas 22 horas e 52 minutos. No primeiro semestre de 2017, a atleta conquistou o terceiro lugar no Marathon des Sables, uma ultramaratona no deserto do Saara.

E se o ano já acabou para ela? Que nada! Depois desta conquista, a brasileira se prepara visando à última etapa da Copa do Mundo de Ultramaratona, em Reunion Island, na África, daqui a duas semanas. O objetivo da atleta é terminar 2017 no top 3 do ranking mundial das ultramaratonistas.

Crédito das Fotos: Gabriel Tarso

Redação Webrun

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