Paulo Barone

Atividade física na medida certa

O Dr. Paulo Barone é o mais novo colunista do Webrun da seção Medicina Esportiva. Mensalmente você irá conferir seus artigos com dicas para um esporte com mais rendimento. Para começar, ele dá dicas gerais para aqueles que pretendem aproveitar ao máximo os resultados dos treinos. Confira!

São Paulo - Poucos são os atletas ou praticantes de atividade física que nunca ouviram falar de uma das principais regras da boa forma e saúde. Mas caso você seja um desses, que nunca tenha ouvido esta informação, aqui está ela:

Só exercício, não basta.

Parece estranho, mas para atingir os melhores resultados, sejam eles referentes à perda de peso, melhora do sistema cardiovascular ou até mesmo virar um atleta profissional, além de praticar sua atividade física é necessário também estar atento a alguns princípios básicos do treinamento esportivo e da fisiologia do exercício.

Em primeiro lugar, indiferente de qual será o tipo de atividade física que você irá praticar, é extremamente necessário que busque através da medicina do esporte, avaliações físicas específicas para obter parâmetros reais de qual é seu nível de aptidão física.

Dentre as avaliações indicadas, a mais importante e usual para a prática de atividade física é conhecida como teste Ergoespirométrico ou Avaliação Cardiorrespiratória. Este teste traz, na realidade, informações a respeito da integridade de todos os sistemas envolvidos com o transporte de gases em nosso organismo, ou seja, não envolve apenas os ajustes cardiovasculares e respiratórios, mas, também, ajustes neurológicos, humorais e hematológicos.

Na prática, a grande utilidade do teste cardiorrespiratório reside na determinação da capacidade funcional ou da capacidade aeróbia do indivíduo, obtendo valores como o Consumo Máximo de Oxigênio (VO2max) e os Limiares Ventilatórios de Treinamento (Aeróbio e Anaeróbio) dados esses importantes para uma prescrição de treinamento com qualidade. Mas lembre-se, o teste cardiopulmonar só tem validade quando feito por cardiologista, que analisa também o eletrocardiograma.

Após ser avaliado por um médico do esporte, o próximo passo a ser dado é procurar um profissional qualificado (Educador Físico) que trabalhando em conjunto com uma equipe multidisciplinar (Médico do esporte, nutricionista e fisioterapeuta) irão o auxiliar em seus treinamentos. Outro tópico que não deve ser esquecido é a aquisição de materiais adequados para a prática de sua atividade física, onde um bom tênis, com sistema de amortecimento, roupas leves, que facilitem a transpiração, monitor de freqüência cardíaca, são assessórios indispensáveis para podermos começar.

Ao começar sua atividade física, certifique-se que a mesma esteja seguindo os princípios básicos do treinamento esportivo. Que são:

  • Princípio da individualidade biológica, que se refere à prescrição do treinamento respeitando as características fisiológicas individuais do esportista como, por exemplo, freqüência cardíaca, VO2máx, limiares de treinamento. Esses parâmetros são obtidos mediante a realização de uma avaliação física, mais especificamente, através do teste Ergoespirométrico.

  • Princípio do aumento progressivo de cargas, este princípio mostra que um aumento gradativo de cargas tem grande influência no resultado final de um treinamento. Essas cargas podem ser interpretadas como sendo o volume (Número de repetições ou distância a ser percorrida em um treinamento) e intensidade (velocidade em que será executado um determinado movimento).

  • Princípio da super compensação, aqui, a principal mensagem, é que para todo treinamento, existe um período de descanso (recuperação) adequada, que serve tanto para a restauração dos substratos energéticos (glicogênio) e líquidos corporais como também para a recuperação das fibras musculares desgastadas durante a prática de atividade física.

    Lembre-se que, respeitar a recuperação é tão importante quanto realizar o próprio treinamento, e lembre-se também que independente de qual seja o nível em que você se encontre, o importante é que não ultrapasse etapas do seu treinamento, pois ter pressa, não é o mais indicado quando estamos nos referindo a melhora da performance e qualidade de vida.

    Outro ponto que merece uma atenção especial é quanto à sua alimentação e sua hidratação, antes, durante e após sua prática de atividade física.

    Em uma alimentação balanceada, devemos ter em nossa ingestão diária cerca de 60 a 70% de carboidratos, 25 a 30% de lipídeos e 10 a 15% de proteínas. O consumo de carboidratos deve ser constante para se impedir o esgotamento gradual das reservas de glicogênio, que pode ser causado por dias consecutivos de treinamento intensivo.

    Logo após o término de sua atividade física (até 4 horas) é interessante fazer uma dieta rica em carboidratos, objetivando auxiliar a síntese de glicogênio dos músculos e do fígado.

    Quanto à hidratação sabe-se que não há uma regra definitiva para saber a quantidade de líquido necessária para repor a perda de água tida durante a prática de atividade física, mas é consenso entre especialistas que deve se ingerir líquidos antes de ter sede. Assim, ingerir de 250ml a 600ml de líquidos, em etapas, duas horas antes do exercício garante um nível adequado de hidratação e tempo suficiente para eliminar o excesso.

    Durante a atividade física, a quantidade de água a ser tomada deve tentar repor a quantia perdida através do suor. Além de água, é interessante que o atleta tome outros tipos de líquidos durante a prova, como os isotônicos, visando reposição de outras substâncias como, por exemplo, os sais minerais.

    Siga as essas dicas e orientações e faça de sua atividade física uma rotina segura e agradável.


  • Atividade física na medida certa

    Atletismo · 09 fev, 2007

    O Dr. Paulo Barone é o mais novo colunista do Webrun da seção Medicina Esportiva. Mensalmente você irá conferir seus artigos com dicas para um esporte com mais rendimento. Para começar, ele dá dicas gerais para aqueles que pretendem aproveitar ao máximo os resultados dos treinos. Confira!

    São Paulo - Poucos são os atletas ou praticantes de atividade física que nunca ouviram falar de uma das principais regras da boa forma e saúde. Mas caso você seja um desses, que nunca tenha ouvido esta informação, aqui está ela:

    Só exercício, não basta.

    Parece estranho, mas para atingir os melhores resultados, sejam eles referentes à perda de peso, melhora do sistema cardiovascular ou até mesmo virar um atleta profissional, além de praticar sua atividade física é necessário também estar atento a alguns princípios básicos do treinamento esportivo e da fisiologia do exercício.

    Em primeiro lugar, indiferente de qual será o tipo de atividade física que você irá praticar, é extremamente necessário que busque através da medicina do esporte, avaliações físicas específicas para obter parâmetros reais de qual é seu nível de aptidão física.

    Dentre as avaliações indicadas, a mais importante e usual para a prática de atividade física é conhecida como teste Ergoespirométrico ou Avaliação Cardiorrespiratória. Este teste traz, na realidade, informações a respeito da integridade de todos os sistemas envolvidos com o transporte de gases em nosso organismo, ou seja, não envolve apenas os ajustes cardiovasculares e respiratórios, mas, também, ajustes neurológicos, humorais e hematológicos.

    Na prática, a grande utilidade do teste cardiorrespiratório reside na determinação da capacidade funcional ou da capacidade aeróbia do indivíduo, obtendo valores como o Consumo Máximo de Oxigênio (VO2max) e os Limiares Ventilatórios de Treinamento (Aeróbio e Anaeróbio) dados esses importantes para uma prescrição de treinamento com qualidade. Mas lembre-se, o teste cardiopulmonar só tem validade quando feito por cardiologista, que analisa também o eletrocardiograma.

    Após ser avaliado por um médico do esporte, o próximo passo a ser dado é procurar um profissional qualificado (Educador Físico) que trabalhando em conjunto com uma equipe multidisciplinar (Médico do esporte, nutricionista e fisioterapeuta) irão o auxiliar em seus treinamentos. Outro tópico que não deve ser esquecido é a aquisição de materiais adequados para a prática de sua atividade física, onde um bom tênis, com sistema de amortecimento, roupas leves, que facilitem a transpiração, monitor de freqüência cardíaca, são assessórios indispensáveis para podermos começar.

    Ao começar sua atividade física, certifique-se que a mesma esteja seguindo os princípios básicos do treinamento esportivo. Que são:

  • Princípio da individualidade biológica, que se refere à prescrição do treinamento respeitando as características fisiológicas individuais do esportista como, por exemplo, freqüência cardíaca, VO2máx, limiares de treinamento. Esses parâmetros são obtidos mediante a realização de uma avaliação física, mais especificamente, através do teste Ergoespirométrico.

  • Princípio do aumento progressivo de cargas, este princípio mostra que um aumento gradativo de cargas tem grande influência no resultado final de um treinamento. Essas cargas podem ser interpretadas como sendo o volume (Número de repetições ou distância a ser percorrida em um treinamento) e intensidade (velocidade em que será executado um determinado movimento).

  • Princípio da super compensação, aqui, a principal mensagem, é que para todo treinamento, existe um período de descanso (recuperação) adequada, que serve tanto para a restauração dos substratos energéticos (glicogênio) e líquidos corporais como também para a recuperação das fibras musculares desgastadas durante a prática de atividade física.

    Lembre-se que, respeitar a recuperação é tão importante quanto realizar o próprio treinamento, e lembre-se também que independente de qual seja o nível em que você se encontre, o importante é que não ultrapasse etapas do seu treinamento, pois ter pressa, não é o mais indicado quando estamos nos referindo a melhora da performance e qualidade de vida.

    Outro ponto que merece uma atenção especial é quanto à sua alimentação e sua hidratação, antes, durante e após sua prática de atividade física.

    Em uma alimentação balanceada, devemos ter em nossa ingestão diária cerca de 60 a 70% de carboidratos, 25 a 30% de lipídeos e 10 a 15% de proteínas. O consumo de carboidratos deve ser constante para se impedir o esgotamento gradual das reservas de glicogênio, que pode ser causado por dias consecutivos de treinamento intensivo.

    Logo após o término de sua atividade física (até 4 horas) é interessante fazer uma dieta rica em carboidratos, objetivando auxiliar a síntese de glicogênio dos músculos e do fígado.

    Quanto à hidratação sabe-se que não há uma regra definitiva para saber a quantidade de líquido necessária para repor a perda de água tida durante a prática de atividade física, mas é consenso entre especialistas que deve se ingerir líquidos antes de ter sede. Assim, ingerir de 250ml a 600ml de líquidos, em etapas, duas horas antes do exercício garante um nível adequado de hidratação e tempo suficiente para eliminar o excesso.

    Durante a atividade física, a quantidade de água a ser tomada deve tentar repor a quantia perdida através do suor. Além de água, é interessante que o atleta tome outros tipos de líquidos durante a prova, como os isotônicos, visando reposição de outras substâncias como, por exemplo, os sais minerais.

    Siga as essas dicas e orientações e faça de sua atividade física uma rotina segura e agradável.

  • Veja como foi a palestra de equilíbrio e lesões com o Dr. Paulo Barone

    Cerca de 100 pessoas acompanharam na última quarta-feira no auditório da academia Competition (27) a palestra do Webrun ministrada pelo Dr. Paulo Barone, que falou sobre equilíbrio e lesões na corrida. Confira.

    São Paulo - Equilíbrio, performance e longevidade. Baseado nessas três palavras Barone começou a palestra, que teve como objetivo mostrar para o público a importância de avaliações periódicas e de uma integração entre as diversas áreas médicas.

    “A missão principal é diagnosticar o objetivo de cada indivíduo para atendê-lo com segurança e evitar uma possível lesão”, explicou o médico. Ele apresentou um gráfico da Corpore que mostrava o aumento do número de participantes em provas a cada ano, que ocasionalmente não fazem uma avaliação correta. “É importante saber os limites no exercício, assim como a capacidade cárdio-pulmonar e os limites de tolerância”.

    Muitos corredores começam a praticar o esporte e se empolgam tanto que não percebem que o sistema músculo esquelético está em desequilíbrio e sofrendo. Para ilustrar isso, Barone listou uma série de variáveis envolvidas no desempenho de um atleta, seja de forma positiva ou negativa: alimentação, hidratação, alongamento, descanso, musculação, material esportivo e fatores psicológicos. “Esses fatores podem ser controlados, ao contrário da genética e do clima, por exemplo”, contou.

    Um exemplo prático que comentou foi de um paciente que foi treinado para a corrida, resolveu jogar futebol e se lesionou. “Não adianta fazer uma preparação específica para um esporte e querer praticar outro, os riscos de lesões são maiores”, comentou o médico.

    Em seguida ele apresentou alguns exames que podem ser feitos para saber o estado do corredor, como o ergoespirométrico. Este individualiza o treinamento do esportista. Existe também a avaliação isocinética, que mede a potência, a força e a resistência muscular. “Porém, não adianta ter o conhecimento tecnológico se as partes médicas não conversam”, ressaltou o doutor em relação à importância de todas as áreas trocarem informações.

    Depois, o palestrante mostrou algumas radiografias e ressonâncias de casos reais e comentou que o diagnóstico correto muitas vezes pode até evitar uma cirurgia. “Temos que respeitar a individualidade de cada um, com as avaliações”.

    Ao final o público pôde fazer perguntas e tirar algumas dúvidas e uma delas foi se na hora de correr o tipo de superfície influencia no aparecimento de lesões. “Quanto mais dura a superfície, mais chance de haver uma sobrecarga e quanto mais irregular o terreno mais chance de haver uma torção”, explicou Barone.

    Outra pergunta foi em relação ao fortalecimento da musculatura, se seria melhor fazer natação ou musculação. “A natação pode ser um complemento, mas é essencial para o corredor fortalecer os membros inferiores com a musculação”, finalizou o doutor.


    Veja como foi a palestra de equilíbrio e lesões com o Dr. Paulo Barone

    Corridas de Rua · 28 set, 2006

    Cerca de 100 pessoas acompanharam na última quarta-feira no auditório da academia Competition (27) a palestra do Webrun ministrada pelo Dr. Paulo Barone, que falou sobre equilíbrio e lesões na corrida. Confira.

    São Paulo - Equilíbrio, performance e longevidade. Baseado nessas três palavras Barone começou a palestra, que teve como objetivo mostrar para o público a importância de avaliações periódicas e de uma integração entre as diversas áreas médicas.

    “A missão principal é diagnosticar o objetivo de cada indivíduo para atendê-lo com segurança e evitar uma possível lesão”, explicou o médico. Ele apresentou um gráfico da Corpore que mostrava o aumento do número de participantes em provas a cada ano, que ocasionalmente não fazem uma avaliação correta. “É importante saber os limites no exercício, assim como a capacidade cárdio-pulmonar e os limites de tolerância”.

    Muitos corredores começam a praticar o esporte e se empolgam tanto que não percebem que o sistema músculo esquelético está em desequilíbrio e sofrendo. Para ilustrar isso, Barone listou uma série de variáveis envolvidas no desempenho de um atleta, seja de forma positiva ou negativa: alimentação, hidratação, alongamento, descanso, musculação, material esportivo e fatores psicológicos. “Esses fatores podem ser controlados, ao contrário da genética e do clima, por exemplo”, contou.

    Um exemplo prático que comentou foi de um paciente que foi treinado para a corrida, resolveu jogar futebol e se lesionou. “Não adianta fazer uma preparação específica para um esporte e querer praticar outro, os riscos de lesões são maiores”, comentou o médico.

    Em seguida ele apresentou alguns exames que podem ser feitos para saber o estado do corredor, como o ergoespirométrico. Este individualiza o treinamento do esportista. Existe também a avaliação isocinética, que mede a potência, a força e a resistência muscular. “Porém, não adianta ter o conhecimento tecnológico se as partes médicas não conversam”, ressaltou o doutor em relação à importância de todas as áreas trocarem informações.

    Depois, o palestrante mostrou algumas radiografias e ressonâncias de casos reais e comentou que o diagnóstico correto muitas vezes pode até evitar uma cirurgia. “Temos que respeitar a individualidade de cada um, com as avaliações”.

    Ao final o público pôde fazer perguntas e tirar algumas dúvidas e uma delas foi se na hora de correr o tipo de superfície influencia no aparecimento de lesões. “Quanto mais dura a superfície, mais chance de haver uma sobrecarga e quanto mais irregular o terreno mais chance de haver uma torção”, explicou Barone.

    Outra pergunta foi em relação ao fortalecimento da musculatura, se seria melhor fazer natação ou musculação. “A natação pode ser um complemento, mas é essencial para o corredor fortalecer os membros inferiores com a musculação”, finalizou o doutor.