Ultra Maratona · 26 abr, 2009
Depois da forte chuva que caiu em Florianópolis no último sábado, o domingo amanheceu quente e ensolarado na ilha da magia. Durante toda a manhã as equipes do Revezamento Volta à Ilha receberam os troféus de premiação, com destaque para a Paquetá Esportes Asics, que faturou o tetracampeonato. Confira como foi.
Florianópolis - A Paquetá Esportes Asics venceu a disputa pela quarta vez ao cruzar a linha de chegada com o tempo de 8h50min39 e tinha a pressão por defender a hegemonia da equipe. Paulo Castanhete, que abriu os 150 quilômetros do revezamento, o que para ele foi uma grande responsabilidade.
Sempre que a gente abre a prova tem um compromisso em manter a ponta e não deixar os outros atletas encostarem. Graças a Deus eu entreguei o bastão para o próximo atleta em primeiro e chegou num determinado ponto que corríamos contra nós mesmos, na tentativa de bater o recorde do trajeto. Ainda segundo o atleta, que também correu em outros dois pontos, não foi possível melhorar a marca. O tempo não ajudou, tinha muita água e o mar estava muito bravo.
José Eduardo Zdanowicz, coordenador geral da equipe fez uma preleção com os atletas no sábado à noite e propôs três objetivos para a competição. O primeiro era vencer a prova, o segundo era bater nosso recorde pessoal de 3min14 por quilômetro e a terceira era bater o recorde da competição. Devido às condições climáticas adversas e um problema com um dos corredores, eles só alcançaram a meta da vitória.
Nosso último atleta teve um problema muscular e quase não conseguiu completar, mas achamos que foi uma prova muito boa, completa Zdanowicz. Ele alerta ainda que a conquista de tantos títulos pode parecer algo fácil de se alcançar, mas o trabalho nos bastidores é muito árduo para que isso ocorra. Temos o apoio do Edson Berreta, que é militar e coordena a parte tática, enquanto eu faço a parte estratégica, dos apoios e patrocínios.
Motivação - Em quatro anos disputando a Volta à Ilha, a equipe sempre contou com uma formação diferente e, apesar de ser oriunda de Porto Alegre (RS), já agrega atletas de vários estados. Sempre buscamos corredores de elite e como não há premiação em dinheiro, todos vêm pela parte lúdica, pela diversão. Sobre esse assunto ele faz um apelo aos governantes. É uma pena que não haja mais incentivo ao atletismo, já que seria muito mais barato investir em esporte, escolas e ginásios, do que em cadeias. Esporte não combina com droga e violência.
Todos os membros da equipe campeã receberam troféus e brindes dos patrocinadores do evento e prometeram voltar ano que vem para mais um título e, certamente, a tentativa de baixar o recorde da prova. A equipe que ostenta o melhor tempo é o Exército Brasileiro, com 8h21min50, obtido em 2002, época em que a disputa contava com 155 quilômetros.
Ultra Maratona · 25 abr, 2009
Todas as equipes já cruzaram a linha de chegada da edição 2009 do Revezamento Volta à Ilha, competição que deu um verdadeiro abraço na parte insular de Florianópolis. Durante todo o dia os atletas tiveram que enfrentar chuva, lama, areia fofa e outros desafios para completar os 150 quilômetros da disputa, que teve vitória da Paquetá Esportes Asics.
Florianópolis - As largadas aconteceram a partir das 4h no Trapiche da Avenida Beira Mar Norte, na região central da cidade, com temperatura amena e sem chuva. Pouco tempo depois, porém, já por volta das 5h, São Pedro abriu as torneiras celestiais e mandou um verdadeiro temporal para a Ilha da Magia.
Os nove atletas da Paquetá Esportes Asics faturaram o tetracampeonato da prova ao marcar o tempo de 8h50min39. A maré alta e a areia muito molhada geraram as maiores dificuldades, mas o que importa é que nós vencemos, mesmo não quebrando recordes, relata Adelar Schuler, um dos integrantes do grupo vencedor.
Amadores - A condição extrema prejudicou a performance de alguns atletas amadores, já que diversos trechos do percurso ficaram inundados e muitas vezes era necessário correr com água pela cintura, como no caso das dunas da Praia do Santinho. Durante todo o dia a condição climática oscilou entre chuvas fortes e mormaços, com o sol ameaçando abrir em alguns momentos.
Camila Brasil abriu a prova e confessa que estava muito apreensiva por encarar a adversidade que tinha pela frente, mas depois de largar o sentimento mudou completamente. Depois que você começa a correr, esquece da chuva. O problema é o tênis pesado por causa da água, mas a adrenalina é muito grande e você só pensa em terminar o trecho. Ela representou a equipe MPR Runners.
Quem também teve que ter muita força de vontade foi Ana Maria Vieira dos Santos, que encarou a maré um tanto quanto alta entre a Praia dos Ingleses e o Santinho. O mar estava alto e em alguns trechos me molhei bastante, mas foi bem gostoso, relata.
Outro que encarou muita água pela frente foi o mineiro Lucio Tolentino, principalmente na Praia de Moçambique, onde a faixa de areia praticamente inexistia, devido à ressaca do mar. Tinha muita água na estrada também, mas foi um trecho bom e fiz no tempo previsto inicialmente, relata o debutante na Volta à Ilha.
A também debutante Dominique Schmidt relata que sofreu muito com a areia fofa e a água num nível elevado até Moçambique. Foi ruim, mas eu consegui, Graças a Deus. Perguntada se mesmo com as adversidades valeu a pena, a atleta da Filhos do Vento (RJ) brinca: Depois de terminar a gente sempre acha que sim, mas durante a prova não.
O treinador e colunista do Webrun Nelson Evêncio também correu alguns trechos da competição e revela que quase precisou atravessar a nado as dunas do Santinho. Estava muito alagado, com água na cintura. A areia não estava tão fofa, mas como tinham as poças, não dava para escolher muito onde correr.
Cíntia Freitas correu o trecho entre a Praia do Campeche e a da Armação, com distância de 8,6 quilômetros, considerada de média dificuldade, e teve uma surpresa no final. Haviam me dito que os últimos dois quilômetros eram de asfalto, mas cheguei aqui e me deparei com a praia, terreno que não é meu forte. Mesmo assim ela ultrapassou três atletas na areia antes de entregar o bastão para o próximo corredor de sua equipe. Acho que foi uma superação, a experiência é muito boa, completa a representante da equipe Andarilha, de Florianópolis.
O pior trecho certamente foi o Morro do Sertão, com suas subidas e descidas íngremes de barro e cascalho, trecho feito apenas pelos mais experientes de cada equipe. É a quarta vez que faço este trecho e hoje estava um sabão, muito escorregadio, relata Gustavo Rico. Mesmo assim consegui fazer dentro do tempo previsto, comemora o competidor da equipe Sports Medicine, de Porto Alegre.
Já no trecho final, na Avenida Beira Mar Norte, todos os membros das equipes se juntaram aos corredores que faziam o último percurso parar promover uma grande festa no pórtico de chegada. Beijos, abraços, choros e muita comemoração era o clima de todos os times que completaram os 150 quilômetros.
O mais legal da prova de revezamento é que um dá força para o outro e os diferentes terrenos são ao mesmo tempo um atrativo e uma das partes mais difíceis da prova, avalia Rafael Nichele, ainda entusiasmado por completar o desafio. Acho que é uma prova que todo mundo deve fazer, até quem não corre, convida o representante da equipe Paulo Álvares, de Porto Alegre.
Uma equipe muito especial completou o desafio pelo segundo ano consecutivo, a Eficiente, composta por 10 atletas portadores de deficiência física. O cadeirante Charles Teixeira conta que disputar e completar uma prova como essa é uma grande emoção. Completar a prova é legal para mostrar que todos somos capazes de enfrentar os nossos desafios. Essa prova é uma lição de vida, não só para deficientes, mas para todos os que não se acham capazes de enfrentar seus problemas.
As disputas foram oficialmente encerradas às 20h15 como previa o regulamento e, para fechar com chave de ouro, houve uma queima de fogos no mar em frente ao trapiche da Av. Beira Mar Norte.
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