Dr. Nabil

Como se proteger do frio e evitar hipotermia durante o inverno?

O cardiologista esportivo Dr. Nabil Ghorayeb atualiza seu artigo sobre treinamento durante o inverno. Originalmente publicado em 2009 no Webrun, o texto fala sobre erros e acertos na hora de praticar exercícios físicos sob baixas temperaturas.

Desde Hipócrates, pai da medicina sabe-se que nas mudanças de estações, principalmente do inverno, as doenças circulatórias e respiratórias são mais frequentes e perigosas para crianças e idosos, pacientes debilitados e os com doenças cardiovasculares (pressão alta, angina do peito/infarto do miocárdio, arritmias, acidente vascular cerebral e deficiente circulação nas pernas). Além disso, nessa época do ano, pode ocorrer a hipotermia, ou seja, a temperatura corporal abaixo dos 36,5 0C.


Isso significa perda da habilidade em produzir energia suficiente para manter a temperatura interna do corpo. A hipotermia pode ser fatal pelo colapso do coração e seus sintomas são: dificuldades de coordenação motora, reações lentas, calafrios, insônia e confusão mental. As extremas baixas temperaturas nos obrigam a nos agasalharmos bem, principalmente mãos e pés, sendo o rosto e mãos e pés os nossos sensores de temperaturas.


Atenção em relação ao consumo de bebidas alcoólicas (pinga, whisky, conhaque e outras) para nos aquecer, absolutamente isto não existe ! O álcool dilata os vasos sanguíneos levando o sangue a um maior contato com as áreas expostas ao frio e, ao contrário do que se espera, ocorre maior perda do calor e o sangue mais frio, seguindo para o interior do corpo, dissemina a baixa temperatura.


Portanto, bebidas alcoólicas não aquecem e a sensação de queimação no estômago é na verdade sintoma de uma leve gastrite aguda. Essa falsa sensação de calor provocada pela bebida no esôfago e estômago induz acreditar que o organismo está aquecido, o que não é verdade. O perigo é ficar alcoolizado e não sentir o frio, o que resulta em enorme risco de hipotermia e suas consequências. Somente a ingestão de líquidos previamente aquecidos (chá, chocolate, leite) é que leva calor ao seu organismo.


Nos casos de emergências por grave hipotermia, além de se agasalhar imediatamente com materiais térmicos, devemos administrar líquidos aquecidos pela boca. Infelizmente pessoas morrem por hipotermia, sem perceber a intensidade do frio devido à intoxicação alcoólica por elevada ingestão alcoólica. Em relação aos problemas respiratórios, eles se elevam pela baixa imunidade do organismo, consequente ao frio intenso. Por isso a vacinação antigripal anual para os indivíduos mais sensíveis, como as crianças e idosos.


Atividade física no frio intenso – Exercícios físicos são saudáveis acima dos 200C. No inverno o esportista deve evitar baixas temperaturas e o vento frio. Recomendamos aquecimento muscular, respiração nasal de preferência, vestimentas adequadas para se proteger da perda rápida de calor, principalmente das mãos, pés e rosto, ingestão de líquidos aquecidos, principalmente no pós-exercício.


Como se proteger do frio e evitar hipotermia durante o inverno?

Atletismo · 27 jun, 2011

O cardiologista esportivo Dr. Nabil Ghorayeb atualiza seu artigo sobre treinamento durante o inverno. Originalmente publicado em 2009 no Webrun, o texto fala sobre erros e acertos na hora de praticar exercícios físicos sob baixas temperaturas.

Desde Hipócrates, pai da medicina sabe-se que nas mudanças de estações, principalmente do inverno, as doenças circulatórias e respiratórias são mais frequentes e perigosas para crianças e idosos, pacientes debilitados e os com doenças cardiovasculares (pressão alta, angina do peito/infarto do miocárdio, arritmias, acidente vascular cerebral e deficiente circulação nas pernas). Além disso, nessa época do ano, pode ocorrer a hipotermia, ou seja, a temperatura corporal abaixo dos 36,5 0C.


Isso significa perda da habilidade em produzir energia suficiente para manter a temperatura interna do corpo. A hipotermia pode ser fatal pelo colapso do coração e seus sintomas são: dificuldades de coordenação motora, reações lentas, calafrios, insônia e confusão mental. As extremas baixas temperaturas nos obrigam a nos agasalharmos bem, principalmente mãos e pés, sendo o rosto e mãos e pés os nossos sensores de temperaturas.


Atenção em relação ao consumo de bebidas alcoólicas (pinga, whisky, conhaque e outras) para nos aquecer, absolutamente isto não existe ! O álcool dilata os vasos sanguíneos levando o sangue a um maior contato com as áreas expostas ao frio e, ao contrário do que se espera, ocorre maior perda do calor e o sangue mais frio, seguindo para o interior do corpo, dissemina a baixa temperatura.


Portanto, bebidas alcoólicas não aquecem e a sensação de queimação no estômago é na verdade sintoma de uma leve gastrite aguda. Essa falsa sensação de calor provocada pela bebida no esôfago e estômago induz acreditar que o organismo está aquecido, o que não é verdade. O perigo é ficar alcoolizado e não sentir o frio, o que resulta em enorme risco de hipotermia e suas consequências. Somente a ingestão de líquidos previamente aquecidos (chá, chocolate, leite) é que leva calor ao seu organismo.


Nos casos de emergências por grave hipotermia, além de se agasalhar imediatamente com materiais térmicos, devemos administrar líquidos aquecidos pela boca. Infelizmente pessoas morrem por hipotermia, sem perceber a intensidade do frio devido à intoxicação alcoólica por elevada ingestão alcoólica. Em relação aos problemas respiratórios, eles se elevam pela baixa imunidade do organismo, consequente ao frio intenso. Por isso a vacinação antigripal anual para os indivíduos mais sensíveis, como as crianças e idosos.


Atividade física no frio intenso – Exercícios físicos são saudáveis acima dos 200C. No inverno o esportista deve evitar baixas temperaturas e o vento frio. Recomendamos aquecimento muscular, respiração nasal de preferência, vestimentas adequadas para se proteger da perda rápida de calor, principalmente das mãos, pés e rosto, ingestão de líquidos aquecidos, principalmente no pós-exercício.

Atletas mirins também devem ficar atentos aos exames de saúde

Como parte da educação e para a saúde futura, crianças iniciam a prática de esportes precocemente. A cobrança de alguns pais, não aceitando as derrotas é quase um modelo. O destaque esportivo da criança leva os responsáveis muitas vezes investir num futuro profissional (e rico) obrigando seu filho se submeter a treinamentos fortes, na maior parte das vezes, sem exame médico especializado. Neste cenário vemos crianças e adolescentes começando a sentir o peso das competições e a pressão por bons resultados. Além dos excessos físicos e risco para a saúde não são poucos os ótimos atletas mirins que desistem por estarem saturados das cobranças e dedicação espartana necessárias para vencerem como atletas.

Fizemos um levantamento com cerca de 700 garotos federados com idade entre 14 e 18 anos de um grande clube de São Paulo, e detectamos 23% deles com alterações benignas, ou duvidosa, no eletrocardiograma, sem nenhuma queixa de nada. Além disso, encontramos “sopro” no coração, pressão arterial no limite, anemia e incrível, até taxas elevadas de colesterol e triglicérides, provenientes de erros alimentares.

Outra pesquisa com 120 garotos da mesma faixa etária, das “peneiras de futebol” de quatro clubes paulistas, apontaram o mesmo tipo de alterações no eletrocardiograma em 17% dos garotos. No primeiro caso os garotos avaliados pertencem a uma classe social alta, enquanto que no segundo a classe é mais baixa. Isso revela que as anormalidades cardíacas independem de classe social e podem se manifestar em qualquer indivíduo. Por isso, a realização periódica de exames clínicos especializados é essencial.

A necessidade de maior força física implica em mais treinamento e, conseqüentemente, maior esforço para as articulações, deixando as mesmas mais propensas às lesões. Esses traumas podem ser apenas de ligamentos, ou até mesmo fraturas e deslocamentos dramáticos da articulação.

A prática esportiva fortalece o organismo e mantém as condições de vida saudável. Porém, para ter certeza que o exercício só trará benefício, é preciso ter em mente as principais precauções a serem tomadas, a fim de não ocorrerem lesões antes ou durante a prática do exercício.

Por isso é sempre bom seguir algumas recomendações:

  • Buscar informações com o pediatra;
  • Fazer pelo menos um eletrocardiograma anual (exigir laudo de um cardiologista);
  • Até os 12 anos fazer um “aprendizado dos esportes”, para a criança escolher o esporte que quer praticar. Não a force fazer o que não tem vontade;
  • Procurar um médico especialista caso a criança sinta qualquer anormalidade ao praticar esporte;
  • Realizar bateria de exames completos, caso participe de competição;
  • Não exagerar nos treinamento e cobranças. Muitos abandonaram carreiras promissoras na primeira oportunidade;
  • Escolher o material adequado para o esporte de sua preferência;
  • Antes de começar qualquer atividade física, procure um especialista;
  • Ao primeiro sinal de dor, pare o exercício;
  • Não aumente a carga no treino sem a orientação de um professor.


  • Atletas mirins também devem ficar atentos aos exames de saúde

    Caminhada · 29 jul, 2009

    Como parte da educação e para a saúde futura, crianças iniciam a prática de esportes precocemente. A cobrança de alguns pais, não aceitando as derrotas é quase um modelo. O destaque esportivo da criança leva os responsáveis muitas vezes investir num futuro profissional (e rico) obrigando seu filho se submeter a treinamentos fortes, na maior parte das vezes, sem exame médico especializado. Neste cenário vemos crianças e adolescentes começando a sentir o peso das competições e a pressão por bons resultados. Além dos excessos físicos e risco para a saúde não são poucos os ótimos atletas mirins que desistem por estarem saturados das cobranças e dedicação espartana necessárias para vencerem como atletas.

    Fizemos um levantamento com cerca de 700 garotos federados com idade entre 14 e 18 anos de um grande clube de São Paulo, e detectamos 23% deles com alterações benignas, ou duvidosa, no eletrocardiograma, sem nenhuma queixa de nada. Além disso, encontramos “sopro” no coração, pressão arterial no limite, anemia e incrível, até taxas elevadas de colesterol e triglicérides, provenientes de erros alimentares.

    Outra pesquisa com 120 garotos da mesma faixa etária, das “peneiras de futebol” de quatro clubes paulistas, apontaram o mesmo tipo de alterações no eletrocardiograma em 17% dos garotos. No primeiro caso os garotos avaliados pertencem a uma classe social alta, enquanto que no segundo a classe é mais baixa. Isso revela que as anormalidades cardíacas independem de classe social e podem se manifestar em qualquer indivíduo. Por isso, a realização periódica de exames clínicos especializados é essencial.

    A necessidade de maior força física implica em mais treinamento e, conseqüentemente, maior esforço para as articulações, deixando as mesmas mais propensas às lesões. Esses traumas podem ser apenas de ligamentos, ou até mesmo fraturas e deslocamentos dramáticos da articulação.

    A prática esportiva fortalece o organismo e mantém as condições de vida saudável. Porém, para ter certeza que o exercício só trará benefício, é preciso ter em mente as principais precauções a serem tomadas, a fim de não ocorrerem lesões antes ou durante a prática do exercício.

    Por isso é sempre bom seguir algumas recomendações:

  • Buscar informações com o pediatra;
  • Fazer pelo menos um eletrocardiograma anual (exigir laudo de um cardiologista);
  • Até os 12 anos fazer um “aprendizado dos esportes”, para a criança escolher o esporte que quer praticar. Não a force fazer o que não tem vontade;
  • Procurar um médico especialista caso a criança sinta qualquer anormalidade ao praticar esporte;
  • Realizar bateria de exames completos, caso participe de competição;
  • Não exagerar nos treinamento e cobranças. Muitos abandonaram carreiras promissoras na primeira oportunidade;
  • Escolher o material adequado para o esporte de sua preferência;
  • Antes de começar qualquer atividade física, procure um especialista;
  • Ao primeiro sinal de dor, pare o exercício;
  • Não aumente a carga no treino sem a orientação de um professor.

  • Quais esportes posso fazer para normalizar a pressão?

    Caminhada · 17 dez, 2008

    Nome: Joviniano Fernandes
    Idade: 47 anos
    Dúvida: Queria saber quais os esportes que eu posso fazer para que a minha pressão fique boa?

    Resposta: Depois do teste ergométrico feito por cardiologista e baseado nos dados do exame, escolha os exercícios aeróbios no solo como andar, correr ou ciclismo.

    Resposta concedida pelo Dr. Nabil Ghorayeb. Especialista em Cardiologia e em Medicina do Esporte. É chefe da seção médica de cardiologia do exercício e esporte do Instituto Dante Pazzanese e coordenador clínico do Sport Check-up do Hospital do Coração.

    Qual é a freqüência cardíaca máxima e mínima na corrida?

    Corridas de Rua · 10 dez, 2008

    Nome:Daiane Fernandes
    Idade: 15 anos
    Dúvida: Meu pai tem 47 anos. Eu queria saber qual é a freqüência cardíaca máxima que ele pode chegar e a mínima?

    Resposta: Tem uma conta básica para saber isso. A freqüência cardíaca máxima é: 220 menos a idade da pessoa. No caso do seu pai, máxima: 220 - 47 = 173 bpm (batimentos por minuto) e a sub-máxima: 195 - 47 = 148 bpm. Além disso, recomendamos seguir os dados atingidos no teste ergométrico e ele não deve ultrapassar 85% da FC máxima, ou seja, a FC atingida em um teste ergométrico será considerada no lugar da máxima estimada, no caso do seu pai de 220 - idade = 173 bpm. Assim, a orientação é que ele não ultrapasse 85% de 173, ou seja, 147 bpm. Já em relação à mínima, este número não existe. O que podemos é orientá-lo a manter a FC entre 60 e 80% da máxima, ou seja, entre 112 e 147 bpm.

    Resposta concedida pelo Dr. Nabil Ghorayeb. Especialista em Cardiologia e em Medicina do Esporte. É chefe da seção médica de cardiologia do exercício e esporte do Instituto Dante Pazzanese e coordenador clínico do Sport Check-up do Hospital do Coração.

    Tenho ponte miocárdica. Posso correr?

    Caminhada · 05 dez, 2008

    Nome: Genivaldo Pessoa
    Idade: 38 anos
    Dúvida: Tenho ponte miocárdica na artéria descendente anterior que oclui a luz cerca de 60%. Pratico atletismo. Corro risco de morte? É caso de cirurgia?

    Resposta: Existem critérios para avaliar seu caso. Você deve fazer uma cintilografia do miocárdio com MIBI e depois disso é possível decidir como deverá ser sua prática esportiva.

    Resposta concedida pelo Dr. Nabil Ghorayeb. Especialista em Cardiologia e em Medicina do Esporte. É chefe da seção médica de cardiologia do exercício e esporte do Instituto Dante Pazzanese e coordenador clínico do Sport Check-up do Hospital do Coração.

    Como evitar a morte súbita no esporte?

    Com a morte de um atleta no hospital após sentir-se mal durante a Maratona do Rio, o tema das mortes súbitas volta ser discutido. Relembre um artigo do Dr. Nabil Ghorayeb escrito em 2008, referente à morte de um brasileiro na Maratona de Nova York.

    Mais um atleta morreu depois de completar uma maratona. Dessa vez foi um brasileiro de 58 anos que correu a Maratona de Nova York no último domingo (2). Para saber a causa da morte do atleta será importante averiguar como esse brasileiro foi avaliado antes da maratona. Segundo o laudo médico, ele morreu por causa de uma parada cardíaca, mas de acordo com a empresa que ele trabalhava, todos os seus exames clínicos pré-prova estavam OK.

    Vale lembrar que a possibilidade de uma não detecção de doenças cardíacas de risco em exames feitos com um cardiologista experiente em esporte é de 2%. Já o não especialista acaba tendo mais dificuldades. Esse fato pode ocorrer quando:

  • O médico não cardiologista não possui conhecimento em detectar alterações, mesmo discretas, nos exames de pré-participação;

  • O atleta não presta atenção no próprio corpo. Um significativo percentual de atletas, que tiveram morte súbita, apresentaram sintomas premonitórios não valorizados até 10 dias antes da prova (estudo da American Heart Association de 2000) . O brasileiro que faleceu, sentiu-se mal durante a maratona, avisou um colega, mas continuou a correr e aí teve a parada cardíaca. Sempre avisamos que qualquer mal estar no esforço, deve ser valorizado e comunicado ao médico;

  • O atleta com mais de 40 anos deve saber que Correr Maratona não é como passear no Shopping. Ele precisa de preparação física e técnica orientada, avaliação médica especializada em cardiologia do esporte, ao menos seis a nove meses antes;

  • Na verdade é impossível falar que existe o risco zero ao praticar algum esporte. Sendo assim qualquer evento médico deveria ser esmiuçado aos mínimos detalhes, para que possamos prevenir o atleta ao máximo, com as limitações razoáveis do ser humano.

    Por causa desses itens relatados aqui, não devemos tapar o sol com a peneira, vamos ter mais problemas sem dúvida. Os exageros e falsas garantias de sucesso são parte do dia a dia do modismo das corridas (muitas sem responsabilidade pelo Brasil afora). Boas empresas de consultoria física nós temos, os clientes chegam aos montes, então o que fazer?

  • Não podemos facilitar os pré-requisitos de avaliações pré-participação que devem ser sempre completas;

  • Não desvalorizar pequenas alterações que encontramos, e nesse caso não deixar de solicitar segunda opinião ou junta médica, com humildade e responsabilidade visando o bem estar do nosso cliente.

    Afinal ninguém sabe de tudo e nem é anjo!


  • Como evitar a morte súbita no esporte?

    Maratona · 04 nov, 2008

    Com a morte de um atleta no hospital após sentir-se mal durante a Maratona do Rio, o tema das mortes súbitas volta ser discutido. Relembre um artigo do Dr. Nabil Ghorayeb escrito em 2008, referente à morte de um brasileiro na Maratona de Nova York.

    Mais um atleta morreu depois de completar uma maratona. Dessa vez foi um brasileiro de 58 anos que correu a Maratona de Nova York no último domingo (2). Para saber a causa da morte do atleta será importante averiguar como esse brasileiro foi avaliado antes da maratona. Segundo o laudo médico, ele morreu por causa de uma parada cardíaca, mas de acordo com a empresa que ele trabalhava, todos os seus exames clínicos pré-prova estavam OK.

    Vale lembrar que a possibilidade de uma não detecção de doenças cardíacas de risco em exames feitos com um cardiologista experiente em esporte é de 2%. Já o não especialista acaba tendo mais dificuldades. Esse fato pode ocorrer quando:

  • O médico não cardiologista não possui conhecimento em detectar alterações, mesmo discretas, nos exames de pré-participação;

  • O atleta não presta atenção no próprio corpo. Um significativo percentual de atletas, que tiveram morte súbita, apresentaram sintomas premonitórios não valorizados até 10 dias antes da prova (estudo da American Heart Association de 2000) . O brasileiro que faleceu, sentiu-se mal durante a maratona, avisou um colega, mas continuou a correr e aí teve a parada cardíaca. Sempre avisamos que qualquer mal estar no esforço, deve ser valorizado e comunicado ao médico;

  • O atleta com mais de 40 anos deve saber que Correr Maratona não é como passear no Shopping. Ele precisa de preparação física e técnica orientada, avaliação médica especializada em cardiologia do esporte, ao menos seis a nove meses antes;

  • Na verdade é impossível falar que existe o risco zero ao praticar algum esporte. Sendo assim qualquer evento médico deveria ser esmiuçado aos mínimos detalhes, para que possamos prevenir o atleta ao máximo, com as limitações razoáveis do ser humano.

    Por causa desses itens relatados aqui, não devemos tapar o sol com a peneira, vamos ter mais problemas sem dúvida. Os exageros e falsas garantias de sucesso são parte do dia a dia do modismo das corridas (muitas sem responsabilidade pelo Brasil afora). Boas empresas de consultoria física nós temos, os clientes chegam aos montes, então o que fazer?

  • Não podemos facilitar os pré-requisitos de avaliações pré-participação que devem ser sempre completas;

  • Não desvalorizar pequenas alterações que encontramos, e nesse caso não deixar de solicitar segunda opinião ou junta médica, com humildade e responsabilidade visando o bem estar do nosso cliente.

    Afinal ninguém sabe de tudo e nem é anjo!

  • Minha FC não melhora com o treino. É normal?

    Nome: Valéria Campos
    Idade: 40 anos
    Dúvida: Oi. Pratico corrida acompanhada por um profissional de educação física há um ano e consigo acompanhar todas as etapas da minha planilha. Atualmente corro três vezes por semana chegando a correr 10Km no meu longo.

    Ocorre que minha freqüência cardíaca, que sempre foi alta durante a prática de esportes ao longo da minha vida, não apresentou a queda que eu esperava com a corrida. Ela vai de 160 batimentos por minuto num trote leve a 184 na corrida mais forçada. Já fui ao médico várias vezes, utilizei o holter, fiz eco e nada foi acusado. Tenho um pouco de receio de que esta prática, que me dá tanto prazer no momento, venha comprometer a minha saúde no futuro. O que vocês poderiam sugerir que eu fizesse?

    Resposta: Aparentemente não é para se preocupar, não havendo algum problema cardiológico, ou médico, ou o uso de alguma substância energética estimulante, sugiro rever os níveis da freqüência (FC) cardíaca de treinamento. O normal é treinar com FC alvo entre a sub-máxima e pouco acima. Sem dúvida prefiro que converse com seu personal.

    OBS.: escolha um profissional especialista em cardiologia (que trabalhe com exercício/esporte), além de especialista em medicina do esporte.

    Resposta concedida pelo Dr. Nabil Ghorayeb. Especialista em Cardiologia e em Medicina do Esporte. É chefe da seção médica de cardiologia do exercício e esporte do Instituto Dante Pazzanese e coordenador clínico do Sport Check-up do Hospital do Coração.


    Minha FC não melhora com o treino. É normal?

    Corridas de Rua · 12 set, 2008

    Nome: Valéria Campos
    Idade: 40 anos
    Dúvida: Oi. Pratico corrida acompanhada por um profissional de educação física há um ano e consigo acompanhar todas as etapas da minha planilha. Atualmente corro três vezes por semana chegando a correr 10Km no meu longo.

    Ocorre que minha freqüência cardíaca, que sempre foi alta durante a prática de esportes ao longo da minha vida, não apresentou a queda que eu esperava com a corrida. Ela vai de 160 batimentos por minuto num trote leve a 184 na corrida mais forçada. Já fui ao médico várias vezes, utilizei o holter, fiz eco e nada foi acusado. Tenho um pouco de receio de que esta prática, que me dá tanto prazer no momento, venha comprometer a minha saúde no futuro. O que vocês poderiam sugerir que eu fizesse?

    Resposta: Aparentemente não é para se preocupar, não havendo algum problema cardiológico, ou médico, ou o uso de alguma substância energética estimulante, sugiro rever os níveis da freqüência (FC) cardíaca de treinamento. O normal é treinar com FC alvo entre a sub-máxima e pouco acima. Sem dúvida prefiro que converse com seu personal.

    OBS.: escolha um profissional especialista em cardiologia (que trabalhe com exercício/esporte), além de especialista em medicina do esporte.

    Resposta concedida pelo Dr. Nabil Ghorayeb. Especialista em Cardiologia e em Medicina do Esporte. É chefe da seção médica de cardiologia do exercício e esporte do Instituto Dante Pazzanese e coordenador clínico do Sport Check-up do Hospital do Coração.

    Dr. Nabil comenta declaração de Lula sobre o cigarro

    Não estranhem falar deste assunto indigesto que é o tabagismo, afinal ajudar os leitores na prevenção das doenças cardíacas, orientar a pratica de atividade física, corrigir a obesidade, níveis elevados de pressão arterial e colesterol, ensinar os fumantes a se livrarem deste perigoso e danoso hábito é a nossa missão médica, sempre uma atitude a favor da saúde.

    Causou repulsa entre os médicos brasileiros a manifestação pública (em setembro de 2008) do presidente Lula que não só defendeu o tabagismo, como se declarou fumante e disse que fumar, ou não fumar, é problema de foro íntimo de cada um. Ignorando o exemplo que a figura presidencial significa como referência, o presidente numa única entrevista conseguiu prejudicar em muito as campanhas nacionais e internacionais de combate ao fumo, várias das quais desenvolvidas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e suas regionais (o Brasil é signatário de carta internacional de combate ao tabagismo).

    Finalmente, o presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP, Dr. Ari Timerman, divulgou uma carta aberta ao presidente da República, protestando contra a posição divulgada. A mensagem, por retratar fielmente o pensamento do signatário deste artigo e da unanimidade dos cardiologistas brasileiros, é estampada abaixo em seu texto integral:

    Carta Aberta

    “A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP – considera infelizes as palavras do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Como homem público e principal autoridade do país ele tem que dar o exemplo em relação ao tabaco, que tanto traz de malefícios às pessoas, que fumam, aos fumantes passivos e a todos que perdem familiares, amigos pelas conseqüências nefastas do cigarro no organismo. Sem falar nos custos que a doença representa ao Estado. Conta essa que toda a sociedade paga.

    O cigarro contém cerca de 4.720 substâncias químicas, sendo que pelo menos 60 delas são reconhecidamente cancerígenas, além de irritantes e tóxicas para os pulmões. Quem fuma tem também 200% a mais de risco de ter um derrame ou um infarto. Estima-se que há dois bilhões de fumantes passivos no mundo todo, sendo que 700 milhões são crianças.

    Em São Paulo, pesquisa da SOCESP revelou que 95% dos entrevistados têm total consciência que o tabaco é um fator de risco para as doenças cardiovasculares. O mesmo estudo também revelou que 22% dos entrevistados fumam e consomem, em média, 14 cigarros por dia. A pesquisa SOCESP sobre fatores de risco cardiovascular foi feita com 2.096 pessoas entre 14 e 70 anos e revela a dimensão desse problema em nossa sociedade.

    A SOCESP lamenta e vê com muita preocupação as palavras do presidente da república e espera que para o bem e para a saúde da população brasileira haja retratação oficial”.


    Dr. Nabil comenta declaração de Lula sobre o cigarro

    Caminhada · 11 set, 2008

    Não estranhem falar deste assunto indigesto que é o tabagismo, afinal ajudar os leitores na prevenção das doenças cardíacas, orientar a pratica de atividade física, corrigir a obesidade, níveis elevados de pressão arterial e colesterol, ensinar os fumantes a se livrarem deste perigoso e danoso hábito é a nossa missão médica, sempre uma atitude a favor da saúde.

    Causou repulsa entre os médicos brasileiros a manifestação pública (em setembro de 2008) do presidente Lula que não só defendeu o tabagismo, como se declarou fumante e disse que fumar, ou não fumar, é problema de foro íntimo de cada um. Ignorando o exemplo que a figura presidencial significa como referência, o presidente numa única entrevista conseguiu prejudicar em muito as campanhas nacionais e internacionais de combate ao fumo, várias das quais desenvolvidas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e suas regionais (o Brasil é signatário de carta internacional de combate ao tabagismo).

    Finalmente, o presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP, Dr. Ari Timerman, divulgou uma carta aberta ao presidente da República, protestando contra a posição divulgada. A mensagem, por retratar fielmente o pensamento do signatário deste artigo e da unanimidade dos cardiologistas brasileiros, é estampada abaixo em seu texto integral:

    Carta Aberta

    “A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP – considera infelizes as palavras do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Como homem público e principal autoridade do país ele tem que dar o exemplo em relação ao tabaco, que tanto traz de malefícios às pessoas, que fumam, aos fumantes passivos e a todos que perdem familiares, amigos pelas conseqüências nefastas do cigarro no organismo. Sem falar nos custos que a doença representa ao Estado. Conta essa que toda a sociedade paga.

    O cigarro contém cerca de 4.720 substâncias químicas, sendo que pelo menos 60 delas são reconhecidamente cancerígenas, além de irritantes e tóxicas para os pulmões. Quem fuma tem também 200% a mais de risco de ter um derrame ou um infarto. Estima-se que há dois bilhões de fumantes passivos no mundo todo, sendo que 700 milhões são crianças.

    Em São Paulo, pesquisa da SOCESP revelou que 95% dos entrevistados têm total consciência que o tabaco é um fator de risco para as doenças cardiovasculares. O mesmo estudo também revelou que 22% dos entrevistados fumam e consomem, em média, 14 cigarros por dia. A pesquisa SOCESP sobre fatores de risco cardiovascular foi feita com 2.096 pessoas entre 14 e 70 anos e revela a dimensão desse problema em nossa sociedade.

    A SOCESP lamenta e vê com muita preocupação as palavras do presidente da república e espera que para o bem e para a saúde da população brasileira haja retratação oficial”.

    Como calcular os percentuais do VO2?

    Caminhada · 08 set, 2008

    Nome: Jocelin Loureiro
    Idade: 46 anos
    Dúvida: Se tenho o meu consumo máximo de oxigênio, como faço para calcular os percentuais? Devo correr a 50% ou 80% do meu Vo2?

    Resposta: Peça para o seu médico que analise seu teste ergométrico ou cardiopulmonar e faça os cálculos da freqüência cardíaca correspondente as porcentagens que devem ser alcançadas no seu treinamento.

    Resposta concedida pelo Dr. Nabil Ghorayeb. Especialista em Cardiologia e em Medicina do Esporte. É chefe da seção médica de cardiologia do exercício e esporte do Instituto Dante Pazzanese e coordenador clínico do Sport Check-up do Hospital do Coração.

    Como melhorar o cardiovascular?

    Atletismo · 07 set, 2008

    Nome: Silvana Leite
    Idade: 42 anos
    Dúvida: Gosto de competir, queria saber como melhorar meu cardiovascular. Faço spinning três vezes por semana, duas vezes musculação e pratico montan bike nos finais de semanas.

    Resposta: Estranho esse comportamento pois você já está com excesso de atividades físicas. Minha sugestão é a de que deveria consultar um cardiologista do esporte, fazer um exame funcional (teste ergométrico ou cardiopulmonar) e aí após o diagnóstico, poderá ser encaminhado para o preparador físico com os dados para melhorar sua performance.

    Resposta concedida pelo Dr. Nabil Ghorayeb. Especialista em Cardiologia e em Medicina do Esporte. É chefe da seção médica de cardiologia do exercício e esporte do Instituto Dante Pazzanese e coordenador clínico do Sport Check-up do Hospital do Coração.