Atletismo · 09 jun, 2009
As grandes performances dos atletas de hoje são resultados de uma complexa mistura de diversos fatores. Talvez o fator mais determinante para o sucesso no atletismo é o genético, que exclui não somente as suas características antropométricas, cardiovasculares, proporção de tipos de fibras musculares como também a capacidade de melhora com o próprio treinamento (treinabilidade).
Outro fator conhecido, que tem um profundo impacto no resultado final do atleta, é o volume e a intensidade de treinamento que precede uma competição. Finalmente, o resultado do atleta pode também ser influenciado pela saúde e pelo nível nutricional dele.
Embora os cientistas do esporte, como nós treinadores, não podem fazer muita coisa para alterar o que já vem determinado pela hereditariedade, podemos sugerir estratégias de treinamento para maximiza-la. Para isso, nós podemos utilizar testes para monitorar o progresso que está sendo alcançado e os resultados podem ser obtidos através de um programa selecionado e administrado em testes de laboratório ou em testes de campo.
Por isso devemos considerar o porquê, o que, quando, onde e como testar esses atletas. Vou explicar cada um desses tópicos abaixo:
Por que testar?
Para monitorar a saúde do atleta - Um teste corretamente ministrado pode e deve fornecer importantes informações sobre a saúde do atleta (controle médico). Sabemos que o treinamento de alto nível sempre acarreta um estresse fisiológico, pois estamos sempre tentando ultrapassar o nosso limite, entretanto, devemos nos assegurar que o atleta está livre de doenças que podem interferir no resultado que queremos alcançar.
Para identificar os pontos fortes e fracos desse atleta - Esse tópico permite ao treinador planejar de forma otimizada as planilhas de treino, priorizando os pontos fortes e trabalhando os pontos fracos, para que não interfiram no resultado final desejado.
Para a identificação de talentos - É importante fazer o teste nas diferentes idades, tanto cronológica como biológica, para que possamos detectar o desenvolvimento, ou especialização precoce, como também se temos um atleta em potencial para o futuro.
Para selecionar corretamente o evento ou prova alvo - Devemos utilizar testes apropriados para as diversas provas ou modalidades, não esquecendo de comparar o resultado com outros atletas da mesma idade.
Para planejar o treinamento - o planejamento deve ser realizado sempre no início de uma fase ou mesociclo de treino.
Evolução do treinamento - No final de um período de treino também deve ser realizados testes para acompanhar a evolução do atleta.
Motivação / Desenvolvimento do espírito competitivo - Determinar objetivos a ser alcançados ou melhorados. Isso muitas vezes contribui para melhorar o espírito competitivo e a garra de nossos atletas.
O que testar?
Teste antropométrico: como altura, peso, composição corporal, entre outros;
Teste psicológico: ver, por exemplo, personalidade e níveis de disposição ao treinamento diário;
Teste médico dentista, patologista, sangue, urina, fezes ginecologista, etc;
Teste físico: como o de força, flexibilidade, velocidade, resistência, etc;
Teste técnico: técnico geral, técnico específico e tático, por exemplo;
Teste para prognóstico de parâmetros: normas de performance e treinamento.
Quando Testar?
Onde testar? No laboratório, na pista e na competição.
Como testar?
Para tudo isso dar certo, o monitoramento do treinamento é um ingrediente importante no planejamento do treinador moderno. Assim ele pode avaliar as necessidades de cada grupo de provas e o nível do atleta relativo a estas necessidades. Além disso, o treinador deve lembrar que o programa de treinamento específico e progressivo é individual e deve ser construído de maneira diferente para cada atleta.
Para isso é necessário conhecer os constantes processos de avaliação, através do monitoramento do atleta e através dos testes realizados durante todo o processo de treinamento da temporada.
Atletismo · 21 maio, 2009
O aquajogger, também conhecido como deep running, nada mais é do que a corrida na água. Porém, o que muitos não sabem é que essa prática esportiva pode ser usada como meio de recuperação para atletas.
Esse método foi utilizado pela a primeira vez em 1984. A maratonista americana, Joan Benoit Samuelson, utilizou o aquajogger logo após uma cirurgia no joelho, realizada durante sua preparação para as Olimpíadas de Los Angeles. Depois de sua recuperação, ela venceu e ganhou a medalha de ouro dos jogos.
Pessoalmente, tive a felicidade de ver, durante os Campeonatos Mundiais de Roma (1987), a atleta norueguesa, Ingrid Kristianssen, realizar o mesmo trabalho na piscina do hotel junto ao seu treinador. Na ocasião, ela realizou dentro da piscina todo o treinamento que deveria ser feito nas ruas. E isso me chamou a atenção. Vi a atleta realizar um forte trabalho contínuo de corrida, fartleks, intervalado intensivo e extensivo por duas semanas na piscina!
A partir desse momento comecei a utilizar o treinamento na piscina como parte integrante no planejamento de treinamento dos meus atletas, principalmente para a recuperação e regeneração depois de uma carga pesada de treinos.
Com funciona - No aquajogger usamos o próprio corpo como instrumento de trabalho, só que dentro da água. Com isso diminuímos o peso corporal e conseqüentemente o estresse e o trauma causado principalmente nas pernas por causa do impacto.
Por isso o método é utilizado como forma de programa alternativo quando o atleta está lesionado, ou quando se recupera de uma lesão. É uma boa alternativa para o atleta continuar com atividade física sem perder a forma.
Essa atividade também melhora o nível de força e a flexibilidade do atleta, porque é realizado na água contra uma resistência constante e promove ao mesmo tempo o desenvolvimento da capacidade cardio-pulmonar.
Similaridades da corrida na rua e da corrida na piscina:
Peculiaridades da corrida na piscina:
Como realizar a corrida na piscina - A corrida em piscina, geralmente é feita com um colete e deve seguir algumas regras, como:
Conclusão - O aquajogger é mais uma forma de treinamento para o atleta que pode ser utilizado na fase de recuperação de lesão, pois elimina o impacto nas articulações, músculos e tendões. É um efetivo treinamento durante a fase de reabilitação do atleta.
Também beneficia a recuperação do atleta, pois ajuda a retirar o ácido lático após um trabalho forte na pista ou na rua. Muitas vezes é uma combinação de recuperação ativa e massagem, dependendo da forma que for utilizado.
Deve ser incorporado ao treinamento regular do atleta, pois é uma forma de trabalho de baixo estresse e uma forma adicional de desenvolvimento de capacidade e potencia aeróbica.
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