(Foto: Wagner Carmo/CBAt)
O paranaense Renan Gallina recebeu na última sexta-feira (3/11) as duas medalhas de ouro conquistadas nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, no Estádio Nacional: a dos 200 m e do revezamento 4×100 m, sendo um dos grandes destaques da equipe de atletismo na competição, que terminou sábado (4/11). Isso aos 19 anos, ainda atleta da categoria Sub-20. A última conquista do ouro nos 200 m havia sido obtida por Claudinei Quirino, em Winnipeg-1999.
“Quase não dormi. Fui para cama às 3 da manhã e às 6 horas já estava em pé. Estava agitado, muita coisa aconteceu no mesmo dia. Foram três tiros, pouco tempo de uma prova para a outra, pouco descanso e eu estava cansado, mas estava agitado”, disse Renan Gallina, que tinha entrevista na Casa Brasil, após cumprir todos os compromissos no estádio com a premiação e os jornalistas. “Falei com amigos próximos e familiares, meu Instagram lotou de mensagens, foi difícil acompanhar.”
Nascido no dia 15 de março de 2004, em Maringá, Renan Gallina, como é conhecido, igualou o feito de Alison dos Santos, que conquistou o ouro no Pan-Americano de Lima-2019, também aos 19 anos, nos 400 m com barreiras – os dois são os mais jovens brasileiros a conquistar o lugar mais alto do pódio no evento.
E assim como Alison, medalha olímpico de bronze nos Jogos de Tóquio-2021 e campeão mundial no Oregon-2022, Renan, que defende a equipe da Associação de Atletismo de Maringá, tem tudo para ter um futuro brilhante no atletismo. Aliás, mais brilhante do que já conseguiu na carreira de apenas cinco anos.
Foi semifinalista dos 200 m no Campeonato Mundial Adulto de Budapeste, na Hungria, em agosto, e venceu muitas competições no Sub-20 e no Sub-23, demonstrando talento e, mais do que isso, dedicação aos treinos comandados pela professora Sandra Regina Crul, que o descobriu em uma competição escolar. Ele tem ainda o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, a qual não se cansa de agradecer.
(Wagner Carmo/CBAt)
Renan tem 10.01 (1.9) como recorde pessoal nos 100 m, obtido no Sul-Americano Sub-20 de Bogotá, na Colômbia, no dia 19 de maio. Nos 200 m, ele correu no ano passado em 20.12, em Cuiabá (MT), quando assegurou qualificação para o Mundial de Budapeste. As marcas são recordes sul-americanos e, claro, brasileiros, no Sub-20 e Sub-23.
Por muitos anos, Renan disputou competições no salto em altura e de velocidade. A sua primeira medalha internacional foi obtida em 2018, quando saltou 1,82 m nos Jogos Escolares de Arequipa, no Peru. Ainda hoje o atleta é recordista brasileiro do salto em altura na categoria sub-16, com 2,01 m, marca alcançada em Londrina (PR), em 5 de outubro de 2019.
Ganhador do Prêmio Loterias Caixa de Revelação Masculino de 2022, ele continuou mostrando seu potencial em 2023, sendo coroado justamente no Pan-Americano de Santiago, depois de uma lesão muscular sofrida em Bogotá, em maio. “Foi difícil, mas me recuperei e pude cumprir a maioria dos meus compromissos. Fiquei fora do Troféu Brasil de Cuiabá e no Sul-Americano de São Paulo fui reserva do revezamento 4×100 m”, lembra o velocista, que quebrou um tabu de 24 anos.
“A participação no Mundial de Budapeste foi importante para o meu amadurecimento. Sabia que teria de fazer meu recorde pessoal para passar para a final. Competi com atletas fortes e mais experientes”, comenta. “Tudo isso é a construção de meu futuro, assim como foi em Santiago.”
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“Estou muito feliz por essas conquistas no Pan. Estou cansado, mas me saí muito bem. Mas esse era um sacrifício que eu estava disposto a fazer, tanto pela equipe quanto para mim. É uma satisfação imensa. É o fim de uma temporada muito longa”, diz. “Agora é focar para a categoria adulta em 2024 e buscar os índices para os Jogos de Paris.”
Renan quer descansar, mas sabe que a pausa será pequena, de uma semana. Depois já estará de volta para a temporada olímpica. Renan quer muito continuar crescendo e pensando numa final olímpica. Disse que pensa também em integrar o revezamento 4×100 m. “Tanto que o Rodrigo (Nascimento) falou: ‘O mais novo está testado’.”