A pernambucana Érica Sena viveu um verdadeiro drama na disputa dos 20 km marcha atlética dos Jogos Olímpicos de Tóquio na madrugada desta sexta-feira (6/8), no horário de Brasília, no circuito montado no Odori Park, na cidade de Sapporo. A brasileira foi punida com a terceira advertência quando estava em terceiro lugar e faltavam cerca de 200 m para completar a prova. Teve de ficar parada dois minutos no pit-stop e, com isso, ficou fora do pódio.
A atleta, de 36 anos, mostrou desespero ao ser retirada da prova pela arbitragem, chorando muito e aparentemente inconformada. Mesmo com a punição, a atleta de 36 anos terminou as 20 voltas no circuito em 11º lugar, com o tempo de 1:31:39.
Érica fez uma prova muito forte, desde a largada, dada às 16:30 no horário local e às 4:30 de Brasília, com uma temperatura de 34 graus e umidade de 54% – condições muito difíceis para as 58 atletas participantes. Mesmo assim, a pernambucana de Camaragibe mostrou estar muito bem preparada e esteve sempre no pelotão de frente.
Treinada pelo equatoriano Andrés Chocho, seu marido, que a ajudou na hidratação durante a prova, Érica Sena tomou a terceira advertência justamente quando tentava brigar pela segunda colocação. A punição deve ter sido aplicada a menos de 600 metros do final, mas só recebeu o cartão na reta de chegada, onde fica o local em que as atletas têm de ficar os 2 minutos sem marchar.
Érica estava muito perto da colombiana Sandra Arenas, que também tinha duas advertências, foi mais conservadora e acabou conquistando a medalha de prata, com o tempo de 1:29:37. O ouro foi para a italiana Antonella Palmisano, com 1:29:12, e o bronze para a chinesa Hong Liu, com 1:29:57.
Na marcha atlética, os atletas são rigorosamente fiscalizados para não dobrarem os joelhos ou tirar os pés do chão, movimento conhecido como flutuar. Antigamente, após a terceira advertência, os participantes eram desqualificados da prova. Agora, de acordo com o regulamento, os atletas precisam ficar parados 2 minutos e só são retirados definitivamente da competição na quarta advertência.
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Érica era uma das esperanças de medalha do Brasil. Sétima colocada nos Jogos do Rio-2016, ela terminou em quarto lugar nos Mundiais de Londres-2017 e de Doha-2019. Ela fez o último período de preparação para a Olimpíada na cidade de Cuenca, no Equador, onde mora há 10 anos. A cidade, que fica a cerca de 2.600 m de altitude em relação ao nível do mar, é uma das mecas da marcha na América do Sul. Andrés Chocho, por exemplo, terminou em 19º lugar na prova dos 50 km, com 3:59:03, em prova disputada na tarde desta quinta-feira (5/8), no horário de Brasília.
Com a vitória de Antonella Palmisano, a Itália sai como o grande destaque da marcha atlética dos Jogos Olímpicos. Afinal na quinta-feira o também italiano Maximo Stano foi o vencedor da prova masculina dos 20 km, com 1:21:05.
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