Se correr no Brasil parece ser um desafio, o planejamento para correr em outro país requer ainda mais atenção. Além de considerar a passagem, hospedagem e alimentação, é importante levar em conta fatores como o clima, a altimetria e o tipo de terreno, pois esses elementos influenciam diretamente a performance e a necessidade de adaptação no treinamento.

Também é essencial avaliar o regulamento da prova, as exigências de equipamentos obrigatórios e questões como logística de viagem e aclimatação. Outro ponto crucial é entender os requisitos médicos e de seguro, já que muitas provas internacionais exigem atestados específicos ou coberturas médicas. 

A ultramaratonista e triatleta Josy Madruga, explica que os principais desafios logísticos de correr em outro país envolve desde a compra da passagem e organização do visto, até o transporte dos equipamentos e a adaptação ao fuso horário. “Provas como a Marathon des Sables, por exemplo, exigem que o atleta carregue todo o seu suprimento para a semana, o que demanda uma preparação meticulosa. Além disso, é importante considerar o tempo necessário para aclimatação ao clima e altitude, bem como a alimentação disponível no local da prova, para evitar surpresas.”

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Da mesma forma, a alimentação deve ser testada com antecedência, principalmente se houver restrições na prova. Já a hidratação precisa ser ajustada conforme o nível de umidade e temperatura – em locais secos, a perda de líquidos pode ser maior sem que o atleta perceba.

“Em locais muito quentes, como o Saara, é essencial priorizar alimentos ricos em eletrólitos e de fácil digestão, já que o calor pode afetar a absorção de nutrientes”, conta Josy. 

A ultramaratonista será a única mulher brasileira na Maratona das Areias (Marathon des Sables), a competição, realizada em abril no deserto do Saara, no Marrocos, desafia os atletas a percorrerem 250 quilômetros em seis dias. Eles enfrentam temperaturas extremas, que podem atingir até 50 ºC, e precisam carregar seus próprios suprimentos. 

A corrida de rua, mais do que um esporte, tornou-se um estilo de vida. Ela impacta não apenas a rotina dos praticantes, mas também suas relações interpessoais. Os eventos se transformaram em pontos de encontro para diferentes perfis de corredores – desde os que buscam performance até os que participam pelo prazer da experiência, sem foco em pace ou troféus.

“Com o crescimento contínuo da modalidade, muitos corredores passaram a buscar novos desafios, explorando provas em outras cidades e, eventualmente, em outros países. Assim, viajar para eventos esportivos deixou de ser apenas uma competição e se tornou uma oportunidade de conhecer novos destinos, muitas vezes ao lado da família ou do grupo esportivo”, explica João Paulo Pilon, Gerente de Expansão Global no Ticket Sports

Os eventos mais buscados pelos brasileiros são aqueles que combinam proximidade geográfica e menor custo de deslocamento. Um estudo recente sobre turismo esportivo apontou que a principal barreira para a participação em eventos internacionais é o alto investimento, mencionado por 81,8% dos entrevistados. Afinal, 87% dos viajantes permanecem pelo menos cinco dias no destino, o que eleva os custos.

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Além da proximidade, fatores como cultura, idioma, atrações turísticas e infraestrutura influenciam diretamente na escolha do evento. Assim, há uma forte presença de brasileiros em provas na América do Sul, especialmente na Argentina, Uruguai e Chile. Já na Europa, Portugal, Espanha e Itália despontam como destinos de grande interesse.

E você, já planejou a sua próxima prova internacional?