Gilliardi venceu com sobra (foto: Divulgação/ Alexandre Melo)
No último sábado aconteceu em Bombinhas (SC) a primeira edição brasileira da Vila do Farol K42 Adventure Marathon, competição que percorreu trilhas íngremes, descidas em morros, trechos na mata, praias agrestes e estradas de terra e asfalto. O catarinense de 29 anos Gilliardi Pinheiro faturou a disputa com o tempo de 3h07min22.
A prova aconteceu sob sol escaldante e os mais de 400 atletas sofreram para encarar a prova. Gilliardi, que mora e treina na região, venceu com folga, já que o segundo colocado, o paulista José Virginio de Moraes, cruzou a linha de chegada com 3h36min49 e o terceiro, o catarinense Cassiano Faria, fechou com 3h43min23.
O campeão possui 2h22 como melhor tempo em maratonas planas no Brasil e confessa que não deu tudo de si na disputa. Podia até completar a prova num tempo menor, mas no último trecho reduzi um pouco o ritmo.
Entre as mulheres, a catarinense Débora Aparecida de Simas não segurou as lágrimas depois de cruzar em primeiro com 4h20min14. A gente treina muito, seis dias da semana e abdica de várias coisas na vida para estar aqui, relata emocionada. A segunda colocação ficou com a atual campeã da etapa argentina do K42, Virginia Galvez, que cruzou com 4h41min23 e a terceira com a atleta do Distrito Federal, Paula Gonçalves Santos.
A prova teve também um revezamento para duas pessoas, no qual cada atleta disputava 21 quilômetros. A vitória na categoria masculina ficou com Carlos Augusto Lopes e João Francisco Capela de Santa Catarina, enquanto no feminino a vitória foi de Erci Rose e Marilene Novacki, do Paraná.
Os vencedores da categoria geral ganharam passagens para disputar a etapa final do circuito, a Salomon Vila do Farol K42 em Villa la Angostura. O evento será disputado em novembro na Patagônia, Argentina.
Entre os amadores a disputa não foi pelos primeiros lugares, mas sim contra o limite físico do corpo. A vontade de cruzar a linha de chegada só aumentava a cada obstáculo vencido, como conta Esio Cursino.
Achei uma prova deslumbrante, cada momento o desafio era maior o que nos motivava para vencer, relata emocionado. Ele conta que corre maratonas há pouco tempo, então o percurso foi ainda mais forte. Cada momento eu pensava que era o ponto mais difícil, aí vinha o próximo mais desafiador.
Ele também elogia o diretor de prova, Juan Carlos Asef, e os staffs, pela organização do evento dentro dos limites técnicos e o pouco apoio, mas encontrou algumas falhas durante o percurso, que segundo ele prejudicaram aqueles que chegaram por último.
Os profissionais de maratona importados da Argentina não tinham muito compromisso com a prova, estavam loucos para terminar logo. Depois do quilômetro 30 já não encontrei mais as fitas direcionando e nos últimos sete quilômetros corri com um personal me mostrando o caminho, lembra Esio. O personal forçou um pouco o ritmo para chegar logo ao final e ele acredita que esse tenha sido o motivo pelo qual sentiu câimbras e hipotensão na última trilha.
Algumas pessoas diziam para ele parar e desistir da disputa, mas a perseverança foi maior e ele encontrou forças para chegar até o final. Eu estava seguro e não me deixava ser influenciado pelas sutis sugestões para parar, que depois se tornaram descaradas mesmo, conta empolgado.
Essa foi sua estréia em maratonas cross country, com trilhas, ladeiras e obstáculos naturais e, apesar de ter sofrido durante alguns trechos, já aguarda ansiosamente participar de uma disputa mais difícil. Já me sinto seguro para enfrentar a Comrades, pois agora tenho certeza da minha resistência, finaliza o maratonista.
Este texto foi escrito por: Webrun