Florence Kiplagat foi a campeã da Maratona de Berlim (foto: Christian Petersen-Clausen/Wikimedia Commons)
A campeã da Maratona de Berlim, Florence Kiplagat, finalizou a distância pela primeira vez após abandonar a Maratona de Boston, em abril. Sua excepcional performance na disputa contradiz sua afirmação feita na coletiva de imprensa após a corrida de que esperava apenas finalizar a prova, e não ganhar.
Após Paula Radcliffe ceder no quilômetro 12, admitindo depois ter largado muito rápido na tentativa de acompanhar a queniana de 24 anos, era apenas questão de tempo até Kiplagat vencer a prova. A campeã acabou a competição com 2h19min44, mais de dois minutos a frente da segunda colocada, Irina Mikitenko (2h22min18).
Uma década mais velhas do que a queniana, Mikitenko e Radcliffe acreditam que Kiplagat precisa afirmar seu resultado em outras provas da distância, para se considerar uma maratonista. Talvez as duas tenham esperanças que Kiplagat volte ao atletismo e ao cross country, onde ela alcançou o sucesso,
Mas de acordo com a queniana, isto não vai acontecer. Eu tenho alguns problemas usando spikes (sapatos de corrida), então não voltarei para a pista ou para o cross country. Agora, eu sou uma maratonista, conta a atleta que foi a 11ª mulher a quebrar a marca de 2h20min.
Já Mikitenko teve alguns problemas de lesão nos últimos dois anos, desde sua segunda vitória sucessiva na Maratona de Londres. Ela disse que gostaria de correr em 2h22 em Berlim, e alcançou seu objetivo calmamente. Após deixar Kiplagat e Radcliffe se distanciarem, a atleta manteve seu planejamento, e acabou ultrapassando Radcliffe no quilômetro 34. Eu estou muito feliz. Após tantos meses de treinamentos difíceis, tudo correu bem da maneira que eu esperava. Agora estou ansiosa para a Maratona de Londres 2012, comenta a vice.
Já Radcliffe estava decepcionada. Não estou particularmente feliz, nem com meu tempo ou minha colocação. Eu vim aqui querendo a vitória, apesar de não ter nenhum tempo fixo em mente, apesar de achar que faria em torno de 2h22. Eu provavelmente forcei muito no começo e tive dificuldades entre os quilômetros 37 e 38, comenta a britânica.
Eu conseguia ver a etíope (Atsede Habtamu, quarta colocada) me alcançando, e as pessoas estavam falando que a distância estava diminuindo. Então não estou totalmente satisfeita, mas há muitas coisas boas que podem ser tiradas disso. O pé que eu operei a dois anos e meio atrás não me deu problemas hoje. Eu preciso competir mais, voltar para as corridas, finaliza Radcfliffe, que ficou com a terceira colocação (2h23min46).
Este texto foi escrito por: Webrun