A menos de um ano das Olimpíadas que serão sediadas no Brasil, atletas intensificam seus treinos e ajeitam os detalhes mais importantes para a boa performance na competição. Mas e a torcida? O brasileiro vem acompanhando os esportes para incentivar seus representantes durante o evento?
Um dos treinadores do clube BM&F Bovespa Victor Fernandes, que prepara corredores para competições olímpicas, enxerga uma falta de cultura para determinados esportes olímpicos. O ensinamento, o conhecer esse tipo de esporte deve começar dentro da escola. Se a criança tem uma vivência do que é o atletismo, de como é uma competição ela começa a entender melhor e isso se torna comum, diz.
O Brasil possui uma cultura de acompanhar esportes em equipe, e o futebol é o grande destaque, principalmente pelo número de campeonatos. Mas devemos lembrar que atletas de outras modalidades não estão somente em competições grandes como Olimpíadas, Pan-americanos, mundiais entre outras. O diretor técnico do NAR – Núcleo de Alto Rendimento, Irineu Loturco comenta que provas mais divulgadas podem ajudar o atleta a ser reconhecido . O movimento deve aumentar aqui no núcleo no início do ano que vem, e precisamos utilizar esse momento olímpico para o esporte crescer no país, explica.
Irineu destaca que o trabalho de incentivo ao esporte deve começar com uma grande ajuda do Governo Federal e um bom suporte para melhorar o sistema de base. Isso não depende somente do Comitê Olímpico, uma inclusão maior do esporte na escola seria uma grande mudança. Se hoje o sonho do seu filho for jogar futebol você sabe exatamente onde levá-lo, porém se ele gostar de correr, já há um problema para encontrar um local de treinamento. Os atletas brasileiros e treinadores são verdadeiros heróis, diz.
Para Nelson Evêncio, treinador e atual presidente da Associação de Treinadores de Corrida a cultura dos esportes olímpicos no Brasil, principalmente do atletismo, não depende só da vitória dos corredores. Falta a grande mídia mostrar mais as modalidades e a história de nossos atletas. Os esportes de pista, por exemplo, só aparecem nos canais abertos em grandes competições. Falta também um herói brasileiro, diz.
Será que vai dar Brasil?
Nelson não tem grande expectativa de medalhas para o nosso país em provas como 5.000 e 10.000 metros. Infelizmente ainda estamos muito atrás, mas uma maratona quente e mais lenta favorecerá Marilson Gomes dos Santos, mesmo aos 39 anos, Paulo Roberto de Paula aos 37 e Solonei aos 34, que deve atingir o ápice de sua carreira neste período. Um desses três atletas pode chegar entre a terceira e décima colocação, conta.
Para outras provas ele aposta em uma medalha no salto com vara feminino e masculino, além de finais nessas provas com Fabiana Murer, Thiago Braz e Augusto Dutra. Podemos também ir a finais do revezamento 4 x 100 metros feminino, salto triplo feminino e masculino e salto em distância masculino. Podemos estar entre os dez primeiros colocados nos 20 quilômetros da marcha, tanto masculino quanto feminino, diz.
Este texto foi escrito por: Christina Volpe