Corridas de Rua · 07 fev, 2004
Quando se está na infância, nossa maior preocupação é com as brincadeiras. Nesse momento da vida, o fato de não termos compromissos, de não se preocupar com um futuro eminente, faz com que tudo seja uma forma de diversão. Assim, brincando, nascem as estrelas. Assim, brincando, nasceu Valdenor dos Santos Pereira. Natural de São Raimundo Nonato, no Piauí, Valdenor deu seus primeiros piques durante as aulas de educação física, e não parou mais. São 18 anos colecionando conquistas. Mas tanto sucesso e reconhecimento não passavam pela cabeça do atleta. No início era tudo uma grande brincadeira. O professor sempre acreditava no meu potencial. Eu não acreditava que tinha essa capacidade.
Valdenor é mais um batalhador do atletismo. De família pobre, lembra das dificuldades que marcaram o começo da carreira, que hoje é uma das mais representativas entre os atletas em atividade. Dificuldades como falta de materiais, de apoio e de oportunidade, felizmente ficaram para trás. Sou uma pessoa realizada no esporte. O que eu consegui, dá para sobreviver. Entre milhões, sou um privilegiado, esclarece. Mas não só o dinheiro conquistado ao longo da carreira e a possibilidade de ser um atleta patrocinado Valdenor é atleta do Cruzeiro é que alegram o atleta. O fato de ser um ídolo e dar exemplos para outras pessoas deixa Valdenor envaidecido. É bom ter esse assédio. Quem não gosta?, dispara.
Com um jeitão caseiro, Valdenor preza muito o lado família, que garante nunca ter abandonado. Fora das ruas e pistas, o atleta se define como uma pessoa simples, humilde, amante de plantas e animais. Valdenor vive em uma chácara, em Brasília, cercado de verde e tranqüilidade. Não sou só eu não. O Vanderlei (Cordeiro de Lima) também gosta desse estilo de vida, lembra.
No melhor de sua forma, garante que hoje treina menos e corre mais do que no início da carreira. Antes eu treinava muito por conta, explica. Esse treino mais light dos tempos atuais inclui dois períodos de corridas, três vezes na semana. Na parte da manhã (6h40) são 15 quilômetros e durante a tarde (15h) mais 10 quilômetros. Distâncias que são alteradas conforme a competição que participa.
Aos 33 anos de idade, engana-se quem pensa que Valdenor está parando. Vou continuar correndo pelo resto da minha vida. O esporte, para mim, vai ser eterno, enfatiza.
Eterno mesmo deve ser o fôlego de Valdenor. O atleta tem como foco, a disputa da maratona na Olimpíada de Atenas em 2004. Para conseguir tal objetivo, aguarda ansiosamente a confirmação de sua inscrição na maratona de Berlim, em setembro, na sua primeira investida para conseguir o índice olímpico.
Se depender da vontade, Valdenor já tem vaga garantida. E vários são os motivos para tanta expectativa por parte do atleta. Uma delas é que Valdenor já esteve muito próximo de disputar uma Olimpíada, a de Atlanta, em 1996, mas houve uma mudança nas regras para definir os representantes brasileiros nos jogos e o corredor, mesmo com o índice, ficou de fora. O outro motivo é a sua volta às maratonas. Em sua última prova, na Grécia, em 1997, sofreu uma grave lesão no músculo adutor da coxa, que o tirou das ruas por quase um ano. Fiquei seis meses parado. Voltei a correr após um ano. Nesse período, quase parei no esporte.
Com tudo isso, Valdenor esperar poder completar ainda mais o seu currículo de vitórias. Afinal, vencer uma prova olímpica é o único título que lhe falta na carreira.
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