Super_Treinamento

Pegando leve

Corridas de Rua · 31 out, 2004

Festas de final de ano e férias são momentos para relaxar, mas sem deixar de lado a atividade física e os treinos moderados.

Festas de final de ano. Férias de verão. Depois de um ano de trabalho, muito treino e competições, é hora de descansar e aproveitar bons momentos ao lado da família e amigos. Corpo e mente precisam de um tempo para ‘recarregar as baterias’ e render o máximo no ano que virá. O segredo nesse período, segundo especialistas, é equilibrar os momentos de lazer com a manutenção da forma física. Nem manter o mesmo ritmo de treino ou tentar aumentar em função do tempo livre. Nem esquecer que a vida segue e se empanturrar deitado numa rede a beira mar. “Os dois maiores erros são treinar em excesso ou o oposto, relaxar demais. E, na volta a rotina de treinos, se treinaram em excesso nas férias, apresentam sinais típicos de overtraining. Se relaxaram, nota-se a perda de condicionamento”, explica o técnico André Vázquez.

“No esporte profissional e amador, o rendimento cai quando o atleta ou esportista está desgastado física ou emocionalmente. Cabe ao treinador observar e detectar que tipo de cansaço o indivíduo se encontra e recomendar o melhor descanso, ativo ou passivo. Nas férias, se o esportista competiu muito durante o ano ou treinou exaustivamente, o recomendável é que fique alguns dias em descanso total, algo em torno de 3 a 6 dias. Em seguida, deve começar a prática de atividades físicas. Não existe uma regra geral, pois depende muito de cada indivíduo”, explica o técnico Mário Mello, da equipe Mário’s Team.

Para o iniciante, os treinadores recomendam não interromper a atividade física nas férias. Para não ficar parado e ao mesmo tempo sair da rotina, deve-se praticar outras modalidades. Nadar ou pedalar são excelentes opções. Dessa forma, consegue-se um descanso mental e o uso de outros grupos musculares, diferenciando o movimento que já se faz rotineiramente no treino de corrida. Um alerta dos especialistas. Para evitar lesões, é bom ficar distante de esportes de risco ou coletivos, como escalada e o futebol, por exemplo.

Férias são férias e é importante escolher um roteiro que agrade toda a família. Mas, se possível, os treinadores recomendam a escolha de lugares tranqüilos. “Os ideais são aqueles que tenham a possibilidade de praticar atividades físicas variadas e opções de alimentação saudável, principalmente em contato com a natureza. Quanto mais priorizar programas noturnos, como boates, shows, cassinos, etc, mais contribuirá negativamente para a manutenção da forma. A questão é o exercício estar vinculado com o dia e não com noite”, aconselha Cláudio Castilho, presidente da ATC (Associação dos Treinadores de Corrida de São Paulo).

Sérgio Bunioto, diretor técnico da BK Sports – Assessoria Esportiva, completa. “A escolha do local é muito importante. O corredor deve sempre procurar por lugares paradisíacos, com clima tropical, pouco movimentados e de grande contato com a natureza. Correr em praias desertas ou trilhas em meio ao campo são excelentes “relaxantes” mentais. Procure por hotéis próximos, ou que facilitem o acesso a esses lugares, longe do concreto urbano e dê preferência à locais equipados com piscina ou banheira de hidromassagem. Após uma corrida, nada melhor que um bom banho para recuperar as energias.”

Somente em casos particulares (contusão, por exemplo) é indicado o descanso total. Nos demais casos, o nome é descanso ativo, porque descuidar do corpo pode retroceder o condicionamento adquirido a custa de muito suor. Segundo a treinadora Yara Coltro, da equipe Ironman Assessoria Esportiva, o corredor deve relaxar, mas sem esquecer dos trotes. “O atleta tem que encarar as férias como férias e não continuar seus treinos com tiros, intervalados e fartleks (forte e fraco), mas não pode de jeito nenhum deixar de fazer seus trotes de três a cinco vezes por semana, esteja ele onde estiver.”

A variação de terrenos é uma discussão entre os especialistas. Contudo, há o consenso de que pisos duros, como asfalto e concreto, são grandes vilões para os corredores. Grama e terra são mais indicados. Mas é preciso cuidado, principalmente porque o atleta, normalmente, pouco conhece do percurso. Gramados acidentados, por exemplo, pode ser muito mais lesivo que correr na rua. É fundamental saber onde pisa, literalmente. O treinador José Rubens D’Elia lembra que a falta de atividade compromete ainda a flexibilidade, sem contar o perigo do aumento de peso em função de eventuais exageros típicos de férias prolongadas, associados a falta de treino.

É necessário também pensar no pós-férias. No retorno às atividades, deve-se conter a euforia, como avisa Sérgio Bunioto. “Após o descanso, o principal desafio do corredor é conter o entusiasmo na volta aos treinos. Com a motivação lá em cima, é comum encontrarmos corredores atropelando a readaptação fisiológica. Nessa hora, a orientação do treinador é de vital importância para assegurar o gradual retorno, preservando a integridade do atleta.”

Dicas para "sobreviver" às férias (*)

  • Não pare de correr, mas diminua os dias e a quilometragem semanal.
  • Aproveite para praticar e conhecer outras modalidades esportivas
  • Convide amigos e familiares para praticar esportes, inclusive sua corridinha
  • Cuidado com o excesso de peso, alimente-se bem, mas não em demasia
  • Evite competir, principalmente nas corridas. Isso ajuda a evitar futuras lesões
  • Esportes aquáticos são indicados nesta fase
  • Dê atenção à família e amigos, assim, você garante boa participação e comprometimento em sua próxima temporada
  • Aproveite as férias.

(*) Cláudio Castilho (Diretor técnico da equipe Saúde e Performance, técnico de atletismo pista do Esporte Clube Pinheiros e presidente da ATC São Paulo).


Pegando leve

Corridas de Rua · 31 out, 2004

Festas de final de ano e férias são momentos para relaxar, mas sem deixar de lado a atividade física e os treinos moderados.

Festas de final de ano. Férias de verão. Depois de um ano de trabalho, muito treino e competições, é hora de descansar e aproveitar bons momentos ao lado da família e amigos. Corpo e mente precisam de um tempo para ‘recarregar as baterias’ e render o máximo no ano que virá. O segredo nesse período, segundo especialistas, é equilibrar os momentos de lazer com a manutenção da forma física. Nem manter o mesmo ritmo de treino ou tentar aumentar em função do tempo livre. Nem esquecer que a vida segue e se empanturrar deitado numa rede a beira mar. “Os dois maiores erros são treinar em excesso ou o oposto, relaxar demais. E, na volta a rotina de treinos, se treinaram em excesso nas férias, apresentam sinais típicos de overtraining. Se relaxaram, nota-se a perda de condicionamento”, explica o técnico André Vázquez.

“No esporte profissional e amador, o rendimento cai quando o atleta ou esportista está desgastado física ou emocionalmente. Cabe ao treinador observar e detectar que tipo de cansaço o indivíduo se encontra e recomendar o melhor descanso, ativo ou passivo. Nas férias, se o esportista competiu muito durante o ano ou treinou exaustivamente, o recomendável é que fique alguns dias em descanso total, algo em torno de 3 a 6 dias. Em seguida, deve começar a prática de atividades físicas. Não existe uma regra geral, pois depende muito de cada indivíduo”, explica o técnico Mário Mello, da equipe Mário’s Team.

Para o iniciante, os treinadores recomendam não interromper a atividade física nas férias. Para não ficar parado e ao mesmo tempo sair da rotina, deve-se praticar outras modalidades. Nadar ou pedalar são excelentes opções. Dessa forma, consegue-se um descanso mental e o uso de outros grupos musculares, diferenciando o movimento que já se faz rotineiramente no treino de corrida. Um alerta dos especialistas. Para evitar lesões, é bom ficar distante de esportes de risco ou coletivos, como escalada e o futebol, por exemplo.

Férias são férias e é importante escolher um roteiro que agrade toda a família. Mas, se possível, os treinadores recomendam a escolha de lugares tranqüilos. “Os ideais são aqueles que tenham a possibilidade de praticar atividades físicas variadas e opções de alimentação saudável, principalmente em contato com a natureza. Quanto mais priorizar programas noturnos, como boates, shows, cassinos, etc, mais contribuirá negativamente para a manutenção da forma. A questão é o exercício estar vinculado com o dia e não com noite”, aconselha Cláudio Castilho, presidente da ATC (Associação dos Treinadores de Corrida de São Paulo).

Sérgio Bunioto, diretor técnico da BK Sports – Assessoria Esportiva, completa. “A escolha do local é muito importante. O corredor deve sempre procurar por lugares paradisíacos, com clima tropical, pouco movimentados e de grande contato com a natureza. Correr em praias desertas ou trilhas em meio ao campo são excelentes “relaxantes” mentais. Procure por hotéis próximos, ou que facilitem o acesso a esses lugares, longe do concreto urbano e dê preferência à locais equipados com piscina ou banheira de hidromassagem. Após uma corrida, nada melhor que um bom banho para recuperar as energias.”

Somente em casos particulares (contusão, por exemplo) é indicado o descanso total. Nos demais casos, o nome é descanso ativo, porque descuidar do corpo pode retroceder o condicionamento adquirido a custa de muito suor. Segundo a treinadora Yara Coltro, da equipe Ironman Assessoria Esportiva, o corredor deve relaxar, mas sem esquecer dos trotes. “O atleta tem que encarar as férias como férias e não continuar seus treinos com tiros, intervalados e fartleks (forte e fraco), mas não pode de jeito nenhum deixar de fazer seus trotes de três a cinco vezes por semana, esteja ele onde estiver.”

A variação de terrenos é uma discussão entre os especialistas. Contudo, há o consenso de que pisos duros, como asfalto e concreto, são grandes vilões para os corredores. Grama e terra são mais indicados. Mas é preciso cuidado, principalmente porque o atleta, normalmente, pouco conhece do percurso. Gramados acidentados, por exemplo, pode ser muito mais lesivo que correr na rua. É fundamental saber onde pisa, literalmente. O treinador José Rubens D’Elia lembra que a falta de atividade compromete ainda a flexibilidade, sem contar o perigo do aumento de peso em função de eventuais exageros típicos de férias prolongadas, associados a falta de treino.

É necessário também pensar no pós-férias. No retorno às atividades, deve-se conter a euforia, como avisa Sérgio Bunioto. “Após o descanso, o principal desafio do corredor é conter o entusiasmo na volta aos treinos. Com a motivação lá em cima, é comum encontrarmos corredores atropelando a readaptação fisiológica. Nessa hora, a orientação do treinador é de vital importância para assegurar o gradual retorno, preservando a integridade do atleta.”

Dicas para "sobreviver" às férias (*)

  • Não pare de correr, mas diminua os dias e a quilometragem semanal.
  • Aproveite para praticar e conhecer outras modalidades esportivas
  • Convide amigos e familiares para praticar esportes, inclusive sua corridinha
  • Cuidado com o excesso de peso, alimente-se bem, mas não em demasia
  • Evite competir, principalmente nas corridas. Isso ajuda a evitar futuras lesões
  • Esportes aquáticos são indicados nesta fase
  • Dê atenção à família e amigos, assim, você garante boa participação e comprometimento em sua próxima temporada
  • Aproveite as férias.

(*) Cláudio Castilho (Diretor técnico da equipe Saúde e Performance, técnico de atletismo pista do Esporte Clube Pinheiros e presidente da ATC São Paulo).