Corridas de Rua · 01 nov, 2004
Fico muito contente em ser lembrado para estar escrevendo esse relato para a revista SuperAção. Gostaria também que fossem lembrados outros atletas do passado. Aqueles que contribuíram com esse esporte.
Sinto muita saudade do atletismo, mas estou acompanhando de longe. Na década de 80, quando havia muitas corridas de fundo e meio fundo, dei a minha contribuição, participando de várias provas e de grandes competições.
Comecei minha história no atletismo em 1971, quando tinha 13 anos. Nessa época, ainda morava em Maceió, Alagoas, minha terra natal. Tinha um primo que fazia 400 metros e outro que praticava salto com vara. Foi aí que eles me chamaram para participar dos Jogos Escolares e acabei competindo no 4 x 400m. Um dos professores me viu correndo e disse que eu tinha jeito. Estudava na Escola Técnica Federal de Alagoas e foi ali que começou minha trajetória pelas pistas e ruas do Brasil e do mundo.
Lembro da minha primeira prova com uma distância maior, de seis quilômetros. Logo nessa "estréia", ganhei a Corrida da Fogueira, coisa que jamais tinha imaginado. No ano dessa vitória, participei pela primeira vez da Corrida Internacional de São Silvestre, quando cruzei a linha de chegada na 101ª colocação, sendo o melhor atleta alagoano da prova. O resultado foi muito importante para mim e para meu Estado, tanto que recebi uma premiação dada pelo então governador Divaldo Suruagy.
Depois disso vim para São Paulo correr pela equipe Matarazzo. Aliás, entre as várias equipes pelas quais competi, na verdade em todas, eu era funcionário da empresa. Não vivi somente do esporte. Tinha que trabalhar e aproveitava a ajuda da empresa para correr.
E foi assim que fui disputar a primeira maratona, em Frankfurt, Alemanha. Fui representando a Hoechst, empresa que organizava a prova. Dessa maneira corri duas vezes na Alemanha. E foi lá que marquei o tempo de 2h14, marca que acreditava ser suficiente para disputar a Olimpíada de Los Angeles. Isso porque o Edvaldo Gomes, presidente da Confederação Brasileira, na época, havia declarado que o atleta que marcasse o tempo de 2h18 estaria convocado para ir aos Jogos de 84. Como fiz 2h14, tinha certeza que iria realizar esse sonho. Porém, quando voltei, estavam falando de uma seletiva, que seria a Maratona Atlântica/Boa Vista. Como tinha corrido 15 dias antes, não participei da prova e acabei ficando de fora da briga pela vaga.
Na época em que eu competia, havia muitas meia maratonas. Lembro-me que tinha um circuito de provas da Mesbla, que tinha meia maratona, provas de 10 e 15 quilômetros. Ganhei as oito provas que compunham o circuito.
Entre outras coisas, me orgulho de ter feito parte da equipe brasileira na disputa do Mundial de Maratona, disputado em Hiroshima, Japão. Fui o segundo melhor brasileiro e o 38º no geral.
Posso dizer que o atletismo foi tudo para mim. Não me arrependo de nada, nem das dificuldades vividas. É verdade que na época em que perdi a chance de disputar uma Olimpíada fiquei desanimado, pois seria a realização de um sonho. Não fui como atleta, mas pude conferir os Jogos de perto trabalhando como massagista do Comitê Olímpico Brasileiro, no qual faço parte do departamento médico. Estive presente em Sydney/00 e também nos Pan-Americanos de Winnipeg (99) e Santo Domingo (2003).
Hoje trabalho na equipe de vôlei da Unicsul, em Santa Catarina, além de fazer parte do Departamento Médico do Comitê Olímpico Brasileiro.
Corridas de Rua · 01 nov, 2004
Fico muito contente em ser lembrado para estar escrevendo esse relato para a revista SuperAção. Gostaria também que fossem lembrados outros atletas do passado. Aqueles que contribuíram com esse esporte.
Sinto muita saudade do atletismo, mas estou acompanhando de longe. Na década de 80, quando havia muitas corridas de fundo e meio fundo, dei a minha contribuição, participando de várias provas e de grandes competições.
Comecei minha história no atletismo em 1971, quando tinha 13 anos. Nessa época, ainda morava em Maceió, Alagoas, minha terra natal. Tinha um primo que fazia 400 metros e outro que praticava salto com vara. Foi aí que eles me chamaram para participar dos Jogos Escolares e acabei competindo no 4 x 400m. Um dos professores me viu correndo e disse que eu tinha jeito. Estudava na Escola Técnica Federal de Alagoas e foi ali que começou minha trajetória pelas pistas e ruas do Brasil e do mundo.
Lembro da minha primeira prova com uma distância maior, de seis quilômetros. Logo nessa "estréia", ganhei a Corrida da Fogueira, coisa que jamais tinha imaginado. No ano dessa vitória, participei pela primeira vez da Corrida Internacional de São Silvestre, quando cruzei a linha de chegada na 101ª colocação, sendo o melhor atleta alagoano da prova. O resultado foi muito importante para mim e para meu Estado, tanto que recebi uma premiação dada pelo então governador Divaldo Suruagy.
Depois disso vim para São Paulo correr pela equipe Matarazzo. Aliás, entre as várias equipes pelas quais competi, na verdade em todas, eu era funcionário da empresa. Não vivi somente do esporte. Tinha que trabalhar e aproveitava a ajuda da empresa para correr.
E foi assim que fui disputar a primeira maratona, em Frankfurt, Alemanha. Fui representando a Hoechst, empresa que organizava a prova. Dessa maneira corri duas vezes na Alemanha. E foi lá que marquei o tempo de 2h14, marca que acreditava ser suficiente para disputar a Olimpíada de Los Angeles. Isso porque o Edvaldo Gomes, presidente da Confederação Brasileira, na época, havia declarado que o atleta que marcasse o tempo de 2h18 estaria convocado para ir aos Jogos de 84. Como fiz 2h14, tinha certeza que iria realizar esse sonho. Porém, quando voltei, estavam falando de uma seletiva, que seria a Maratona Atlântica/Boa Vista. Como tinha corrido 15 dias antes, não participei da prova e acabei ficando de fora da briga pela vaga.
Na época em que eu competia, havia muitas meia maratonas. Lembro-me que tinha um circuito de provas da Mesbla, que tinha meia maratona, provas de 10 e 15 quilômetros. Ganhei as oito provas que compunham o circuito.
Entre outras coisas, me orgulho de ter feito parte da equipe brasileira na disputa do Mundial de Maratona, disputado em Hiroshima, Japão. Fui o segundo melhor brasileiro e o 38º no geral.
Posso dizer que o atletismo foi tudo para mim. Não me arrependo de nada, nem das dificuldades vividas. É verdade que na época em que perdi a chance de disputar uma Olimpíada fiquei desanimado, pois seria a realização de um sonho. Não fui como atleta, mas pude conferir os Jogos de perto trabalhando como massagista do Comitê Olímpico Brasileiro, no qual faço parte do departamento médico. Estive presente em Sydney/00 e também nos Pan-Americanos de Winnipeg (99) e Santo Domingo (2003).
Hoje trabalho na equipe de vôlei da Unicsul, em Santa Catarina, além de fazer parte do Departamento Médico do Comitê Olímpico Brasileiro.