inclusão social

Crianças da rede pública do RJ vão ao Parapan

Atletismo · 16 ago, 2007

Aproximadamente 10 mil crianças da rede pública do Estado do Rio de Janeiro engrossam a torcida aos brasileiros nos Jogos Parapan-americanos 2007 com o objetivo de combater o preconceito contra pessoas com deficiência e estimular a inclusão social pelo esporte. O projeto faz parte do “Comunidades Integradas ao Parapan”, com coordenação do Ministério do Esporte e do Comitê Organizador do Parapan 2007 (Co-Rio).

"As crianças mudaram sua visão dos deficientes. No começo, diziam 'coitados' quando os atletas caíam, mas logo se maravilhavam com a agilidade com que eles levantavam do chão amarrados às suas cadeiras", comenta a professora Lilia Rocha da escola municipal Carlos Delgado de Carvalho.

A instituição atende 470 crianças de quatro a oito anos de uma favela do bairro de Recreio e levou 26 alunos da segunda série e oito de uma classe especial para deficientes mentais. "Foi muito instrutivo para todos", completa a professora.

Desabafo - "Foi maneiro, nunca pensei que um cara sem pernas pudesse dar cortadas que eu não consigo", disse Ellen dos Santos, de oito anos, aluna da escola Tia Ciata, da capital, depois do jogo de vôlei sentado. Já Márcia Santos Silva, de 11 anos, sentiu uma emoção especial ao comparecer aos jogos.

Ela nasceu sem uma das mãos e desabafa: "existe preconceito, sim, e vir aqui ajuda a mudar isso. Queria que tivesse vindo uma vizinha que disse para minha mãe que eu podia pedir aposentadoria sem ter de trabalhar nunca". Ela é aluna da escola Jardim Paraíso, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, escola que promoveu discussões em classe depois da visita aos jogos.

"Este projeto materializa o verdadeiro legado social do Parapan", enfatiza Júlio Filgueira, secretário nacional de Esporte Educacional. Quem também tem acompanhado as competições são grupos da terceira idade, que recebem lanche e transporte gratuito.

O “Comunidades Integradas ao Parapan” também confeccionou cartilhas sobre o esporte adaptado e levou paraatletas para mais de 30 escolas, para que eles contassem suas experiências com a deficiência e com a superação pessoal. Está nos planos dos idealizadores produzir um DVD didático, mostrando os caminhos de superação da deficiência e instruindo sobre como reivindicar os direitos à acessibilidade e que será veiculado em televisões educativas e distribuído para escolas da rede pública de todo o país.

"Estamos trabalhando com os professores e as crianças porque eles são a base de tudo para romper preconceitos e criar uma nova mentalidade, inspirada na inclusão de deficientes e na inclusão social mais ampla", finaliza Wilson Cardoso, presidente do Idecace (Instituto para o Desenvolvimento da criança e do Adolescente pela Cultura e Esporte).


Crianças da rede pública do RJ vão ao Parapan

Atletismo · 16 ago, 2007

Aproximadamente 10 mil crianças da rede pública do Estado do Rio de Janeiro engrossam a torcida aos brasileiros nos Jogos Parapan-americanos 2007 com o objetivo de combater o preconceito contra pessoas com deficiência e estimular a inclusão social pelo esporte. O projeto faz parte do “Comunidades Integradas ao Parapan”, com coordenação do Ministério do Esporte e do Comitê Organizador do Parapan 2007 (Co-Rio).

"As crianças mudaram sua visão dos deficientes. No começo, diziam 'coitados' quando os atletas caíam, mas logo se maravilhavam com a agilidade com que eles levantavam do chão amarrados às suas cadeiras", comenta a professora Lilia Rocha da escola municipal Carlos Delgado de Carvalho.

A instituição atende 470 crianças de quatro a oito anos de uma favela do bairro de Recreio e levou 26 alunos da segunda série e oito de uma classe especial para deficientes mentais. "Foi muito instrutivo para todos", completa a professora.

Desabafo - "Foi maneiro, nunca pensei que um cara sem pernas pudesse dar cortadas que eu não consigo", disse Ellen dos Santos, de oito anos, aluna da escola Tia Ciata, da capital, depois do jogo de vôlei sentado. Já Márcia Santos Silva, de 11 anos, sentiu uma emoção especial ao comparecer aos jogos.

Ela nasceu sem uma das mãos e desabafa: "existe preconceito, sim, e vir aqui ajuda a mudar isso. Queria que tivesse vindo uma vizinha que disse para minha mãe que eu podia pedir aposentadoria sem ter de trabalhar nunca". Ela é aluna da escola Jardim Paraíso, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, escola que promoveu discussões em classe depois da visita aos jogos.

"Este projeto materializa o verdadeiro legado social do Parapan", enfatiza Júlio Filgueira, secretário nacional de Esporte Educacional. Quem também tem acompanhado as competições são grupos da terceira idade, que recebem lanche e transporte gratuito.

O “Comunidades Integradas ao Parapan” também confeccionou cartilhas sobre o esporte adaptado e levou paraatletas para mais de 30 escolas, para que eles contassem suas experiências com a deficiência e com a superação pessoal. Está nos planos dos idealizadores produzir um DVD didático, mostrando os caminhos de superação da deficiência e instruindo sobre como reivindicar os direitos à acessibilidade e que será veiculado em televisões educativas e distribuído para escolas da rede pública de todo o país.

"Estamos trabalhando com os professores e as crianças porque eles são a base de tudo para romper preconceitos e criar uma nova mentalidade, inspirada na inclusão de deficientes e na inclusão social mais ampla", finaliza Wilson Cardoso, presidente do Idecace (Instituto para o Desenvolvimento da criança e do Adolescente pela Cultura e Esporte).