Hospital do Coração

Equipe de atletismo faz avaliação médica para o Pan do Rio

Com o objetivo de avaliar o estado dos atletas e prevenir possíveis lesões, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) junto com o Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, irá oferecer check-up médico gratuito para os atletas que representarão o país nos Jogos Pan-Americanos de 2007. Os exames já começaram e vão até o início do ano que vem.

Até agora já passaram pelo hospital as equipes de tênis de mesa, esgrima e boxe. No final da última semana foi a vez do atletismo. Após a disputa do Troféu Brasil, alguns fundistas e velocistas foram checar a sua saúde e seu desempenho.

Todos os corredores se submeteram a uma série de exames laboratoriais e também fizeram o teste ergoespirométrico. Este tem o objetivo de avaliar o potencial aeróbio de cada atleta e identificar as zonas ideais de treinamento.

O curioso é que alguns dos avaliados não faziam check-up há mais de 12 meses. Segundo especialistas, o prazo máximo que um esportista pode ficar sem fazer avaliações médicas é um ano. O velocista Diego Venâncio fazia parte desse grupo. Seu último check-up foi feito em 2004.

“Quando eu morava no Projeto Futuro (governamental), fazia alguns exames anualmente, mas há dois anos que eu não faço um completo”, conta o especialista em provas de 400 metros.

De Sertãozinho, interior de São Paulo, para a capital, Diego Venâncio já percorreu bastante. Atualmente com 21 anos, ele já tem importantes resultados conquistados como o oitavo lugar nos 400m com barreira do Mundial da Itália, em 2004; o pódio do Campeonato Sul-Americano nos 400m sub-23, em 2002, no Paraguai e o pódio do 4X400m do Campeonato Ibero Americano, em 2002.

No teste ergoespirométrico ele correu 20 minutos e reagiu bem às diversas velocidades impostas pelos médicos que o avaliaram. No final ele atingiu 23,5 km/h em uma simulação de sprint.

“Ele é um atleta de alta performance, com uma tolerância ao exercício muito boa. Ele atingiu uma velocidade bastante elevada e o consumo de oxigênio demonstrou uma excelente aptidão respiratória”, comenta o Dr. Carlos Hossri, cardiologista do Hcor que conduziu o teste.

Segundo o médico, Diego tem uma boa explosão e está com a relação entre o limiar anaeróbio e o consumo de oxigênio em 75%. Esse resultado demonstra a excelente forma física do atleta.

“Essa relação traduz o nível de potência aeróbica que o atleta está. Quanto mais próximo do VO2 máximo (consumo máximo de oxigênio) for o limiar, melhor condicionado será o atleta”. Em uma comparação progressiva, pessoas bem treinadas têm essa relação em torno de 60%, atletas estão próximos a 70% e indivíduos com índice elevado estão entre 70 e 80%.

Outro atleta avaliado na última sexta-feira foi Sérgio Celestino, especialista em cinco e 10 mil metros rasos, provas nas quais obteve o quinto e o terceiro lugar, respectivamente, no Troféu Brasil de Atletismo.

Sérgio é natural de Presidente Prudente, cidade do interior paulista. Aos 17 anos resolveu treinar para uma corrida que aconteceria na região e começou a pegar gosto pelo esporte. “Cheguei em quarto lugar, no dia seguinte comecei a treinar sério e não parei até hoje”, conta o atleta de 22 anos.

Na sua vez de subir na esteira para o teste ergoespirométrico, Sérgio não conseguiu, no primeiro momento, sincronizar as passadas e não se sentiu a vontade. Isto porque o fundista está mais acostumado a correr nas ruas e nas pistas.

Nos primeiros cinco minutos a velocidade da esteira foi baixa, suficiente para Sérgio se acostumar. Ao acompanhar o desenvolvimento do atleta através de monitores, o médico ficou surpreso com os ótimos resultados parciais de Sérgio e resolveu aumentar a velocidade. “Ele é sensacional, é atleta de ponta e vai trazer muitas medalhas para o Brasil”, comentou o Dr. Carlos durante o exame.

A resposta física de Sérgio foi tão boa que o cardiologista imaginou que ele pudesse bater o recorde do equipamento, de 24,5 km/h e anunciou: “vamos lá, imagine que você está em uma prova e vai dar o sprint final. Imagine que o Marílson Gomes está na sua frente e você vai alcançá-lo”. Assim, no minuto final o corredor chegou a 25 km/h e estabeleceu o novo recorde da esteira no Hcor.

Porém, esse aumento de velocidade tinha um objetivo específico: avaliar tudo o que o corpo do atleta era capaz. “Pensei que o Diego, que é velocista, conseguisse bater o recorde, mas quem bateu foi o Sérgio que é fundista. Apenas trabalhos de explosão não adiantam”, ressalta o doutor.

“A potência aeróbica dele é maior, ou seja, a resistência com que ele consegue segurar um ritmo é maior, diferente de um atleta de explosão”, explica o cardiologista. “Ele conseguiu manter uma velocidade mais elevada por mais tempo e o VO2 máximo foi muito mais eficaz de quem só faz explosão”.

Segundo o médico, ele obteve 81% de relação entre o limiar anaeróbio e o consumo de oxigênio, um nível excelente se comparado com o campeão da Maratona de Berlim, por exemplo, que tem 80%. Esse resultado mostra que Sérgio já pode fazer treinos para uma meia maratona.

Depois de elogios e incentivos, Sérgio disse que pretende disputar os 10 mil metros do Pan. “Após os jogos na China vou participar do Sul-Americano e no começo do ano vou tentar uma boa marca fora do país para obter a vaga para o Pan. Nos 10 mil, se o Marílson estiver bem, não terá como pegar a vaga dele, mas a segunda vaga pode ser minha”, conta.

Check-up - Mais de 40 atletas, que disputam inúmeras modalidades do Pan, ainda passarão pelos testes do Hcor, que segundo o hospital, medirão o potencial físico, com avaliações cardíaca, pulmonar, muscular, imunológica, metabólica e nutricional.


Equipe de atletismo faz avaliação médica para o Pan do Rio

Atletismo · 02 out, 2006

Com o objetivo de avaliar o estado dos atletas e prevenir possíveis lesões, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) junto com o Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, irá oferecer check-up médico gratuito para os atletas que representarão o país nos Jogos Pan-Americanos de 2007. Os exames já começaram e vão até o início do ano que vem.

Até agora já passaram pelo hospital as equipes de tênis de mesa, esgrima e boxe. No final da última semana foi a vez do atletismo. Após a disputa do Troféu Brasil, alguns fundistas e velocistas foram checar a sua saúde e seu desempenho.

Todos os corredores se submeteram a uma série de exames laboratoriais e também fizeram o teste ergoespirométrico. Este tem o objetivo de avaliar o potencial aeróbio de cada atleta e identificar as zonas ideais de treinamento.

O curioso é que alguns dos avaliados não faziam check-up há mais de 12 meses. Segundo especialistas, o prazo máximo que um esportista pode ficar sem fazer avaliações médicas é um ano. O velocista Diego Venâncio fazia parte desse grupo. Seu último check-up foi feito em 2004.

“Quando eu morava no Projeto Futuro (governamental), fazia alguns exames anualmente, mas há dois anos que eu não faço um completo”, conta o especialista em provas de 400 metros.

De Sertãozinho, interior de São Paulo, para a capital, Diego Venâncio já percorreu bastante. Atualmente com 21 anos, ele já tem importantes resultados conquistados como o oitavo lugar nos 400m com barreira do Mundial da Itália, em 2004; o pódio do Campeonato Sul-Americano nos 400m sub-23, em 2002, no Paraguai e o pódio do 4X400m do Campeonato Ibero Americano, em 2002.

No teste ergoespirométrico ele correu 20 minutos e reagiu bem às diversas velocidades impostas pelos médicos que o avaliaram. No final ele atingiu 23,5 km/h em uma simulação de sprint.

“Ele é um atleta de alta performance, com uma tolerância ao exercício muito boa. Ele atingiu uma velocidade bastante elevada e o consumo de oxigênio demonstrou uma excelente aptidão respiratória”, comenta o Dr. Carlos Hossri, cardiologista do Hcor que conduziu o teste.

Segundo o médico, Diego tem uma boa explosão e está com a relação entre o limiar anaeróbio e o consumo de oxigênio em 75%. Esse resultado demonstra a excelente forma física do atleta.

“Essa relação traduz o nível de potência aeróbica que o atleta está. Quanto mais próximo do VO2 máximo (consumo máximo de oxigênio) for o limiar, melhor condicionado será o atleta”. Em uma comparação progressiva, pessoas bem treinadas têm essa relação em torno de 60%, atletas estão próximos a 70% e indivíduos com índice elevado estão entre 70 e 80%.

Outro atleta avaliado na última sexta-feira foi Sérgio Celestino, especialista em cinco e 10 mil metros rasos, provas nas quais obteve o quinto e o terceiro lugar, respectivamente, no Troféu Brasil de Atletismo.

Sérgio é natural de Presidente Prudente, cidade do interior paulista. Aos 17 anos resolveu treinar para uma corrida que aconteceria na região e começou a pegar gosto pelo esporte. “Cheguei em quarto lugar, no dia seguinte comecei a treinar sério e não parei até hoje”, conta o atleta de 22 anos.

Na sua vez de subir na esteira para o teste ergoespirométrico, Sérgio não conseguiu, no primeiro momento, sincronizar as passadas e não se sentiu a vontade. Isto porque o fundista está mais acostumado a correr nas ruas e nas pistas.

Nos primeiros cinco minutos a velocidade da esteira foi baixa, suficiente para Sérgio se acostumar. Ao acompanhar o desenvolvimento do atleta através de monitores, o médico ficou surpreso com os ótimos resultados parciais de Sérgio e resolveu aumentar a velocidade. “Ele é sensacional, é atleta de ponta e vai trazer muitas medalhas para o Brasil”, comentou o Dr. Carlos durante o exame.

A resposta física de Sérgio foi tão boa que o cardiologista imaginou que ele pudesse bater o recorde do equipamento, de 24,5 km/h e anunciou: “vamos lá, imagine que você está em uma prova e vai dar o sprint final. Imagine que o Marílson Gomes está na sua frente e você vai alcançá-lo”. Assim, no minuto final o corredor chegou a 25 km/h e estabeleceu o novo recorde da esteira no Hcor.

Porém, esse aumento de velocidade tinha um objetivo específico: avaliar tudo o que o corpo do atleta era capaz. “Pensei que o Diego, que é velocista, conseguisse bater o recorde, mas quem bateu foi o Sérgio que é fundista. Apenas trabalhos de explosão não adiantam”, ressalta o doutor.

“A potência aeróbica dele é maior, ou seja, a resistência com que ele consegue segurar um ritmo é maior, diferente de um atleta de explosão”, explica o cardiologista. “Ele conseguiu manter uma velocidade mais elevada por mais tempo e o VO2 máximo foi muito mais eficaz de quem só faz explosão”.

Segundo o médico, ele obteve 81% de relação entre o limiar anaeróbio e o consumo de oxigênio, um nível excelente se comparado com o campeão da Maratona de Berlim, por exemplo, que tem 80%. Esse resultado mostra que Sérgio já pode fazer treinos para uma meia maratona.

Depois de elogios e incentivos, Sérgio disse que pretende disputar os 10 mil metros do Pan. “Após os jogos na China vou participar do Sul-Americano e no começo do ano vou tentar uma boa marca fora do país para obter a vaga para o Pan. Nos 10 mil, se o Marílson estiver bem, não terá como pegar a vaga dele, mas a segunda vaga pode ser minha”, conta.

Check-up - Mais de 40 atletas, que disputam inúmeras modalidades do Pan, ainda passarão pelos testes do Hcor, que segundo o hospital, medirão o potencial físico, com avaliações cardíaca, pulmonar, muscular, imunológica, metabólica e nutricional.