Atletismo · 13 set, 2007
É preciso atenção quando o atleta apresenta uma queixa geral de dor na perna porque os achados no exame físico, resultados de testes diagnósticos e a forma adequada de tratamento são variáveis, pois tudo depende da etiologia específica da dor. As causas são diversas podendo variar desde condições comuns e de fácil administração, até as de difícil diagnóstico que requerem intervenção cirúrgica.
Por isso algumas perguntas essenciais devem ser respondidas de início antes de identificar a causa da dor na perna:
Diagnóstico - Depois de respondida essas perguntas é importante complementar o diagnóstico por imagem como:
Só assim o corredor saberá qual tipo de lesão o acometeu. Como são muitos os tipos de lesão, esse mês falaremos sobre: a Síndrome da Tensão Tibial Medial, mais conhecida como Canelite. Confira mais nas próximas páginas.
O diagnóstico deve ser limitado a inflamações do músculo do tendão devendo, portanto, excluir fraturas por stress (vide reportagem anterior) ou distúrbio isquêmico (assunto do próximo artigo). A STTM é uma condição que leva a dor na região póstero, medial da perna dos dois terços distais da tíbia, ou seja, uma dor no meio da canela para baixo mais acentuada na parte de dentro da perna. Essa condição é conhecida também como síndrome do sóleo.
Causas - A STTM é periostite causada por tensão excessiva na borda medial da tíbia por fatores múltiplos:
Etiologia e biomecânica - Na fase média da passada o pé prona para absorver o choque e para se adaptar ao terreno. Nos casos de pisada pronada excessiva ou de maior velocidade de pronação a biomecânica da marcha ou corrida é alterada gerando um estiramento do músculo sóleo medial. Essa hiperpronação combinada com o impacto repetitivo gera a periostite da borda póstero medial tibial, induzida por tração muscular.
Apresentação clínica:
Exames complementares:
Tratamento - A maioria STTM é de tratamento conservador. Faz-se necessário repouso relativo (dois a quatro meses), mantendo o condicionamento físico com atividades sem impacto e indolores como bicicleta e natação.
Medidas gerais devem ser tomadas como a diminuição da intensidade e duração do treino, além de mudar a superfície do terreno da corrida. Pode ser usado: antiinflamatórios, gelo, fisioterapia analgésica e alongamento do Aquiles. Alguns casos são necessários à utilização de órteses ou palmilha para correção da pronação.
O retorno na corrida deve ser gradual não se esquecendo do alongamento e condicionamento progressivo. A indicação cirúrgica ocorre após dois períodos de repouso e retorno às atividades com repetição dos sintomas. É recomendado a fasciotomia do compartimento posterior superficial da tíbia.
1- Subcommittee on Classification of Sports Injuries committee on the medical aspects of SportsÇStandar nomenclature of Athletics Injuries. Chicago, IL: American Medical Association, 1966.
2- Mubarak SJ, Gould RN and cols:The medial tibial stress syndrome: A cause of Shin splints. Am J Sports medicine 1982; 10: 201-205
3- Michael RH , Holder LE:A cause of medial tibial stress (Shin splints). Am J Sports medicine 1985; 13: 87-94.
4- Anderson MW and cols: Shin splints:MR appearance.radiology 1997; 204: 177-180.
5- HolenKJ and cols:Surgical treatment of medial tibial stress syndrome (Shin splints) by fasciotomy of leg superficial posterior compartiment. Scand J Med Sci Sports 1995; 5:40-43
Atletismo · 13 set, 2007
É preciso atenção quando o atleta apresenta uma queixa geral de dor na perna porque os achados no exame físico, resultados de testes diagnósticos e a forma adequada de tratamento são variáveis, pois tudo depende da etiologia específica da dor. As causas são diversas podendo variar desde condições comuns e de fácil administração, até as de difícil diagnóstico que requerem intervenção cirúrgica.
Por isso algumas perguntas essenciais devem ser respondidas de início antes de identificar a causa da dor na perna:
Diagnóstico - Depois de respondida essas perguntas é importante complementar o diagnóstico por imagem como:
Só assim o corredor saberá qual tipo de lesão o acometeu. Como são muitos os tipos de lesão, esse mês falaremos sobre: a Síndrome da Tensão Tibial Medial, mais conhecida como Canelite. Confira mais nas próximas páginas.
O diagnóstico deve ser limitado a inflamações do músculo do tendão devendo, portanto, excluir fraturas por stress (vide reportagem anterior) ou distúrbio isquêmico (assunto do próximo artigo). A STTM é uma condição que leva a dor na região póstero, medial da perna dos dois terços distais da tíbia, ou seja, uma dor no meio da canela para baixo mais acentuada na parte de dentro da perna. Essa condição é conhecida também como síndrome do sóleo.
Causas - A STTM é periostite causada por tensão excessiva na borda medial da tíbia por fatores múltiplos:
Etiologia e biomecânica - Na fase média da passada o pé prona para absorver o choque e para se adaptar ao terreno. Nos casos de pisada pronada excessiva ou de maior velocidade de pronação a biomecânica da marcha ou corrida é alterada gerando um estiramento do músculo sóleo medial. Essa hiperpronação combinada com o impacto repetitivo gera a periostite da borda póstero medial tibial, induzida por tração muscular.
Apresentação clínica:
Exames complementares:
Tratamento - A maioria STTM é de tratamento conservador. Faz-se necessário repouso relativo (dois a quatro meses), mantendo o condicionamento físico com atividades sem impacto e indolores como bicicleta e natação.
Medidas gerais devem ser tomadas como a diminuição da intensidade e duração do treino, além de mudar a superfície do terreno da corrida. Pode ser usado: antiinflamatórios, gelo, fisioterapia analgésica e alongamento do Aquiles. Alguns casos são necessários à utilização de órteses ou palmilha para correção da pronação.
O retorno na corrida deve ser gradual não se esquecendo do alongamento e condicionamento progressivo. A indicação cirúrgica ocorre após dois períodos de repouso e retorno às atividades com repetição dos sintomas. É recomendado a fasciotomia do compartimento posterior superficial da tíbia.
1- Subcommittee on Classification of Sports Injuries committee on the medical aspects of SportsÇStandar nomenclature of Athletics Injuries. Chicago, IL: American Medical Association, 1966.
2- Mubarak SJ, Gould RN and cols:The medial tibial stress syndrome: A cause of Shin splints. Am J Sports medicine 1982; 10: 201-205
3- Michael RH , Holder LE:A cause of medial tibial stress (Shin splints). Am J Sports medicine 1985; 13: 87-94.
4- Anderson MW and cols: Shin splints:MR appearance.radiology 1997; 204: 177-180.
5- HolenKJ and cols:Surgical treatment of medial tibial stress syndrome (Shin splints) by fasciotomy of leg superficial posterior compartiment. Scand J Med Sci Sports 1995; 5:40-43