MARATONA DE PUNTA DEL ESTE 2021

Corrida de Rua · ,

2021-09-05 -
Sturla participará de seu 11º Ironman Brasil (foto: Renata Farah/ Divulgação)
Sturla participará de seu 11º Ironman Brasil (foto: Renata Farah/ Divulgação)

Eduardo Sturla é um dos triatletas mais experientes do field que largará da praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, para completar os 3,8 quilômetros de natação, 180 de ciclismo e 42 de corrida do Ironman Brasil.

Com 34 Ironman já acumulados em seus braços e pernas, sendo dez somente em solo brasileiro, o hermano radicado no Rio de Janeiro é o único atleta que pode sair da capital catarinense como pentacampeão.

Para a prova deste ano Sturla realizou um treinamento completamente diferente do que ele estava acostumado. A diferença, porém, não está na intensidade ou quantidade de quilômetros rodados. Em 2013 o argentino trocou as ruas e águas de Buenos Aires, na Argentina pelo Rio de Janeiro.

“No Brasil as pessoas são mais legais e o clima também é muito melhor. Em Buenos Aires está fazendo 10°C agora e aqui no Rio 25°C”, explica o triatleta da equipe Shimano, que focou seus treinos de bicicleta na estrada Rio-Magé.

Aliás, é sobre seus treinos de ciclismo que Sturla tem as únicas ressalvas sobre seu novo local de preparação. Segundo o argentino, a capital argentina é muito mais segura que as estradas e ruas fluminenses.

“Os carros e ônibus aqui não respeitam nada. Aqui é muito mais difícil. É muito pior do que em Buenos Aires. Os lugares são mais bonitos, mas o trânsito é complicado”, reclama.

Sturla foca treinos com mais intensidade e menos quantidade para encarar o Ironman Brasil   Foto: Divulgação/ Shimano
Sturla foca treinos com mais intensidade e menos quantidade para encarar o Ironman Brasil Foto: Divulgação/ Shimano

Novo cenário, mesmo treino– Ao longo de sua carreira, Sturla já esteve em diversos lugares do mundo treinando e também chegou a experimentar métodos diferentes de preparação.

“Já estive treinando na Austrália e nos Estados Unidos por muito tempo e com outros caras também, mas eu não consegui me adaptar. Eu sou um cara que treina pouco, em comparação com outros atletas, mas com mais intensidade”, explica o argentino.

Para o Ironman Brasil Sturla segue uma planilha que reúne três treinos semanais de natação, quatro de ciclismo e quatro de corrida. O argentino teve como principal objetivo durante os meses de preparação adquirir ritmo para competição e não distância rodada.

“Já estou competindo há 24 anos, então não preciso fazer tantos quilômetros porque meu corpo já está acostumado a fazer provas longas”, diz.

Psicológico em dia– Sturla vê o Ironman como uma prova muito mais psicológica que física. E para ele a preparação mental vai muito além de conseguir suportar o cansaço físico. “Todo mundo coloca muita pressão sobre você. As pessoas influenciam e acabam atrapalhando na hora da prova. Eu mesmo já me vi nessa situação muitas vezes”, afirma. “Não adianta dizer que vai nadar forte e correr como o vento! Você precisa fazer a prova no seu ritmo, sem se preocupar com posições”, aconselha.

Sturla afirma que lado psicológico é muito importante durante a prova   Foto: Alexandre Koda/ Webrun.com.br
Sturla afirma que lado psicológico é muito importante durante a prova Foto: Alexandre Koda/ Webrun.com.br

Para conseguir driblar essa pressão e chegar com o psicológico bem preparado para o dia da prova, Sturla procura focar seus pensamentos somente nos treinos, além de participar de provas ligadas ao triathlon, que ofereçam pouco risco de lesão.

Outro fator que o tetracampeão precisa trabalhar é o fato da prova já estar virando rotina em sua agenda de competições. Prestes a encarar sua 11ª largada na Ilha da Magia, Sturla precisa procurar uma motivação que o traga concentração e adrenalina, mas não deixa de esconder um pouco de ansiedade a poucos dias do Ironman Brasil.

“Ir para Floripa para mim é como se fosse um dia de treino a mais”, brinca. “O momento da largada é o mais difícil de toda a prova para mim. É o momento que estou esperando por semanas ou até meses e ao ouvir o som da buzina toda essa tensão é liberada”, encerra Sturla.

Este texto foi escrito por: Renato Aranda