Academia faz bem para todos os sexos e idades (foto: Mateusz Atroszko/ stock.xchng )
A primeira iniciativa tomada por mulheres que querem perder peso ou ficarem saradas é realizar a matrícula em uma boa academia. Porém, o medo de acabar com as curvas e a feminilidade do corpo mantém muitas delas longe dos abdominais e de puxar ferro, e mais próximas das esteiras e bicicletas ergométricas.
Porém, de acordo com a fisiologista Natália L. Reinecke os impactos que a academia traz para o corpo das mulheres é totalmente benéfico. A musculação promove o fortalecimento muscular melhorando a postura, protegendo as articulações e prevenindo o desenvolvimento de doenças comuns às mulheres como a osteoporose, relata.
O especialista em personal training pela Universidade Gama Filho, Felipe Belo, também relata que os pontos positivos vão além do condicionamento físico. Além de ter uma diminuição do percentual de gordura corporal e ganhar flexibilidade, a autoestima da mulher aumenta, ressalta.
Mito – Além de indicar a academia para o público feminino, principalmente acima dos 30 anos, o fisiologista Prof. Dr. Ricardo Zanuto afirma que é impossível ocorrer uma mudança extrema no corpo. Para a mulher masculinizar o corpo é necessário que ela tome hormônios masculinos (esteroides ou anabolizantes) o que é completamente fora do propósito da musculação quando o objetivo é manter a saúde, completa.
Belo afirma ainda que a sensação que as mulheres têm de ter crescido é causada pelo aumento do tônus muscular. Esse aumento existe, mas não é suficiente para masculinizar o corpo. A hipertrofia é muito menor do que a que ocorre nos homens, afirma.
Para não sentir essa mudança no corpo, a fisiologista Natália orienta um treino menos intenso. Caso a mulher não objetive crescimento muscular, ela pode realizar um treino de resistência com mais repetições e menores cargas, sempre orientado e supervisionado por um profissional capacitado.
Mulheres fogem dos equipamentos de peso por medo de perder feminilidade do corpo. Foto: Ramasamy Chidambaram/ stock.xchng |
Na mídia – Em uma entrevista à britânica BBC, a campeã olímpica de heptatlo Jessica Ennis contou que tinha receio na hora de realizar seus treinos. Eu detestava treinar com pesos e sempre que podia, evitava. Queria que as pessoas me olhassem da mesma forma que olhavam as minhas amigas, desabafou.
Mais tarde, Jessica afirmou que entendeu que o treinamento era necessário para conseguir o sucesso olímpico. Era algo que eu tinha que fazer. Tomei uma grande decisão, pois é impossível se tornar um campeão olímpico ou campeão do mundo sem ter um programa de condicionamento”, conclui.
Antigamente era comum se ouvir dizer que não é saudável começar a treinar antes de completar 14 anos. Além disso, o mito de que treinar cedo retardava o crescimento perambulava pelos corredores das academias.
Segundo o fisiologista Prof. Dr. Ricardo Zanuto, esses mitos já caíram em desuso. Antigamente muitos médicos diziam que afetaria o crescimento, porém, já se sabe que o treinamento de força é indicado para qualquer gênero e idade, o que precisa de fato ser monitorado é a forma de prescrição com supervisão de um profissional de Educação Física. Atividade bem monitorada e controlada não traz nenhum malefício, esclarece o fisiologista.
A fisiologista Natália L. Reinecke também aconselha que os treinos para meninas entre 12 e 14 anos sejam menos intensos. A musculação deve ser feita de forma moderada, com menor intensidade e pouca carga. As diretrizes da Academia Americana de Pediatria para o Treinamento de Força em Crianças e Adolescentes recomendam que deve-se evitar o levantamento de cargas elevadas antes da maturação física e esquelética, indica.
Além disso, o personal trainer Felipe Belo afirma que a prática de exercícios físicos melhora a postura de adolescentes. Eles acabam ficando com má postura porque não se preocupam com isso em sala de aula, explica.
Crianças devem fazer academia com menos peso e sob orientação profissional. Foto: Nevit Dilmen/ stock.xchng |
Crescimento – Zanuto também esclarece que a academia não atrapalha no crescimento do adolescente. O crescimento tem relação direta com a genética de cada um, conta.
Já Natália conta que o efeito pode ser até mesmo o contrário. Diversos estudos têm demonstrado a segurança e eficácia da musculação em crianças e adolescentes e afirmam que a sua prática não causa efeitos adversos sobre o crescimento e mineralização óssea destas crianças, conclui.
Este texto foi escrito por: Rafaela Castilho