Ezequiel (à esquerda) e Pablo são os campeões do Cruce 2013 (foto: Cruce de los Andes/ Divulgação)
Ezequiel Morales, atual campeão do Ironman Brasil, mudou o foco da atual temporada. Em março um novo atleta fará parte da família Morales e o triatleta e técnico se dedicará ao treinamento desse novo aluno. Não estou treinando muito porque quero acompanhar a Soledad até o nascimento do bebê, conta o argentino radicado em Niterói (RJ).
Porém, isso não indica que o experiente triatleta abandonou as competições de 2013. Pelo contrário, Ezequiel começou o ano com uma vitória em um tipo de prova que não é muito relacionada àquilo que ele está acostumado a treinar e competir: o Cruce de los Andes. Essa foi uma prova muito diferente daquilo que eu estou acostumado a fazer, mas toda competição que eu largo, saio para dar o meu e melhor e tentar vencer, comenta.
Ajuda familiar– A 12ª edição do Cruce foi a primeira de Ezequiel, mas o argentino contou com uma ajuda exclusiva antes de encarar os quase 100 quilômetros de trilhas nos Andes. Maria Soledad Omar, esposa do triatleta já ganhou uma vez o Cruce ao lado de Cris Carvalho e segundo o argentino, sua esposa foi fundamental para a vitória. A Soledad que me incentivou, junto com o Pablo (Ureta, dupla de Ezequiel). Ela foi a principal força motivacional que me fez correr, revela, ao falar da vontade que sempre teve de participar da ultramaratona.
O argentino ainda lembra que o perfil da dupla foi outro fator que os ajudou a vencer <a href=/outros/n/jose-virginio-e-iazaldir-garantem-segundo-lugar-no-cruce-de-los-andes/14472 target=_blank os brasileiros da Carioca Runners. Mesmo sendo amigos de longa data, os campeões do Cruce usavam o tempo de descanso nos acampamentos para traçar estratégias e estudar as duplas adversárias. Era sempre cerca de 30, 45 minutos todas as noites estudando altimetria, mapas e terreno. Isso foi muito importante, fala.
Estratégia campeã– Ao conversar com sua esposa, Ezequiel percebeu que a melhor forma de garantir uma boa vantagem para as duplas favoritas seria encerrar o primeiro dia tendo um dos tempos mais rápidos.
O ritmo que a gente impôs na etapa foi muito forte, tanto que eu cheguei a perguntar para o meu companheiro de equipe se a gente conseguiria aguentar correr o segundo dia. Mas foi válido, porque foi esse ritmo que fez a gente ganhar o Cruce.
Apesar do descanso adequado durante a primeira noite de acampamento, a dupla argentina acabou sendo pressionada pela brasileira durante parte da segunda etapa. Segundo Ezequiel os corredores canarinhos forçaram o ritmo durante uma subida e os hermanos quase foram ultrapassados.
Foi uma briga boa! Uma hora um deles chegou a nos ultrapassar, mas nós voltamos a forçar o ritmo e devagar fomos abrindo vantagem de novo, conta o entusiasmado campeão.
Além da pressão brasileira, os argentinos acabaram se perdendo duas vezes durante a segunda etapa, o que prejudicou o tempo final da dupla. A gente chegou a ficar cerca de 30 minutos fora da rota, mas isso acabou não prejudicando a nossa equipe. Ficamos desanimados, é verdade, mas isso nos deixou ainda mais unidos porque superamos esse problema, afirma.
Após o estresse intenso sofrido no segundo dia, Ezequiel conta que optou por relaxar um pouco, mas sem deixar que os brasileiros tirassem toda a vantagem conquistada nos dias anteriores. Foi mais ou menos isso que a minha esposa me explicou quando ela correu. E como funcionou correr forte e descansar bastante nos primeiros dias, a gente não forçou muito o ritmo no último dia, finaliza o campeão, que agora conta um troféu diferenciado no currículo.
Este texto foi escrito por: Renato Aranda