Meu desafio de ser vegetariano por 24 horas

Um dia inteiro vegetariano, uma matéria feita para mostrar que deixar de comer carnes não é algo impossível

Daniel Krutman | Destaque · 10 fev, 2017

Antes de qualquer coisa, preciso explicar que a ideia desta matéria não é mostrar as dificuldade em ser vegetariano. Afinal permanecer assim por 24 horas não é algo impossível. A ideia foi mostrar como, em um dia sem carne, você sente a diferença e não come só “mato”, como muitas pessoas pensam.

Agora que esclareci a ideia, posso contar como foram minhas 24 horas sem proteína animal. Sou uma pessoa que come todo tipo de carne, menos de porco que abandonei há três anos. Sempre gostei e fui acostumado assim, além disso na minha família ninguém é vegetariano ou come pouca carne.

Antes de começar o dia em questão, conversei com a Carol Yoshioka, nutricionista da Midway Lab, sobre possíveis alternativas para não acabar enchendo o prato só de carboidratos na hora das refeições. Ela disse que isso pode acontecer frequentemente com os vegetarianos, por deixar a proteína de lado, sendo assim passei a prestar ainda mais atenção na alimentação.

Para o café da manhã ela sugeriu que comesse algumas torradas, frutas e uma vitamina. No almoço: arroz, feijão e uma proteína de soja; junto a sopa de ervilha, como opção de entrada. Para o lanche da tarde uma fruta com quinoa, ou omelete. No jantar sopa de legumes com quinoa e soja. Eu assumo que não segui à risca essa dieta, mas usei como base para me guiar ao longo do dia.

Foto: Fischer Food Design/Fotolia

Foto: Fischer Food Design/Fotolia

Meu dia

Acordei às 8h, levantei e comi uma maçã com um suco de maracujá. Chegando ao trabalho decidi passar no mercado para comprar algo, já era por volta das 10h e foi aí que minha memória me traiu pela primeira vez. Depois de decidir o lanche, peguei um suco de laranja e fui para a fila do caixa. Foi lá que lembrei do meu dia vegetariano e quando olhei para minha mão, estava segurando um lanche com atum. Voltei correndo para pegar algo com queijo. Foi por pouco, mas essa não foi a única vez que a memória brincou comigo neste dia.

Na hora do almoço fui em um restaurante perto do trabalho com um colega, cheguei e logo fui pegando a salada: tomate, rúcula, beterraba, cenoura e brócolis. Completei o prato com arroz integral, feijão, um pouco de macarrão e ovo frito. Sempre vou neste restaurante, então senti o olhar da moça que fica na balança, quando não viu nenhuma carne.

Quando sentamos, olhei para o prato do meu amigo e vi frango e calabresa, confesso que pensei em pegar um pedaço do primeiro, mas não poderia sabotar o dia. Além disso, percebi e até comentei que havia pego muito carboidrato, já que não tinham muitas opções de grãos naquela dia. Nessa hora lembrei da Carol, a nutricionista, me dizendo que a falta de grãos e/ou proteína de soja poderia causar um prato cheio de carboidratos.

No lanche da tarde eu comi uma banana. Como estava no trabalho, não tinha muito tempo para sair e comer algo mais elaborado. Quando saí, resolvi seguir o conselho de um amigo e fui a uma loja vegetariana indicada por ele. Lá comprei chips de banana, um sanduíche vegetariano (com queijo, rúcula, tomate, alface e maionese) e um suco de morango com laranja. Porém, antes disso fui traído novamente, tinha escolhido um lanche com peito de peru, mas quando lembrei que não podia comer logo fui trocá-lo pela opção vegetariana. Foi um ótimo jantar, apesar desse lapso. Depois que cheguei em casa não comi mais, segui o conselho da Carol, tomei um chá e depois fui dormir.

Com essa experiência, pude concluir que um dia vegetariano para quem está acostumado a comer carne, não é difícil. E existem muitas opções sem proteína animal deliciosas por aí, além das que você pode fazer em sua casa. Muitos dizem que a primeira semana é a mais difícil, até acostumar a trocar a carne por outros grão que suprem sua necessidade proteica. Porém, depois fica mais fácil e realmente acho que essa é uma experiência válida, para todos que gostariam de ser vegetarianos ou veganos.

Daniel Krutman

Ver todos os posts

Publicitário de formação, especialista em sociologia do consumo e em marketing digital. Trabalha há mais de 10 anos com conteúdo e marketing esportivo.

 
 

Outras deste autor