Atletismo · 02 out, 2007
Já se perguntou se a Radiologia pode ser utilizada como método de prevenção de lesões esportivas? Em essência, os exames de imagem se prestam para o diagnóstico das lesões. Porém, realmente há algo para se considerar em termos de prevenção de lesões em esportistas e pessoas com atividade física em geral, como veremos em dois exemplos, mais adiante.
Na medicina atual, ainda não há sentido realizar exames de imagem em atletas assintomáticos para se fazer rastreamento de lesões, como se faz com câncer de mama e mamografias periódicas. Mas recomenda-se que qualquer pessoa que sinta dores osteoarticulares, ou musculares, busque auxílio médico. Alguns critérios para reforçar isso: dor por tempo prolongado, ou decorrente de trauma, ou que impeça a pessoa de exercer suas atividades.
Consideremos um exemplo hipotético em que um atleta, com dor no tornozelo, passe em consulta com seu médico. Este, após colher a história do paciente e realizar os testes clínicos, fará hipóteses diagnósticas e poderá ou não encaminhar o esportista para exames de imagem, como uma ressonância magnética. Esse último é um excelente método e tem a capacidade de realizar uma avaliação global da articulação. Se o exame diagnosticar uma tendinopatia crônica do tendão de Aquiles (tendinite), revelará informações preciosíssimas ao médico do paciente, pois essa alteração no tendão é considerada um fator de risco para rupturas, sejam elas parciais ou totais. Neste caso, a Radiologia (ou Diagnóstico por Imagem) terá um papel fundamental ao fazer o diagnóstico inicial, mas também por fornecer informações que serão utilizadas pelo médico, que orientará clinicamente o paciente (tratamento, treinamento, etc) a fim de evitar uma ruptura no futuro, uma condição obviamente mais séria que a tendinopatia.
Tomemos outro exemplo: vamos supor que um corredor sinta dores na canela. Após passar em consulta com seu médico, ele poderá ou não solicitar exames de imagem (radiografias, cintilografia óssea ou ressonância magnética). Caso uma ressonância magnética da perna diagnostique Síndrome do estresse tibial medial, que os atletas chamam de "canelite", mais uma vez a Radiologia, além de diagnosticar, terá ajudado na prevenção de lesões mais sérias. Isso porque no caso das "canelites", o exame de ressonância magnética revela a graduação da lesão, que vai de I a III. Essa lesão pode culminar com a indesejável fratura por estresse, que alguns consideram ser o grau IV da síndrome. Ao tomar conhecimento do diagnóstico de grau I, II ou III o médico orientará o esportista de forma a prevenir que a lesão se torne uma fratura por estresse.
Os exames de diagnóstico por imagem e os radiologistas músculo-esqueléticos estão aí para contribuir com a medicina esportiva e os atletas, no momento do diagnóstico de uma lesão e ao longo do seu tratamento. Na dúvida, em caso de dor na prática de esporte, consulte seu médico!
Atletismo · 14 set, 2007
A partir desse mês o Webrun ganha um novo colunista: o médico especialista em radiologia, Milton Miszputen. Comandando a seção Radiologia do Esporte no Webrun, ele irá falar como um diagnóstico de imagem pode ser visto e avaliado para uma boa recuperação da lesão. O assunto ainda é pouco difundido para a população, mas no seu primeiro artigo, Milton explica o que é esse diagnóstico da imagem. Confira!
São Paulo - Diagnóstico por imagem, também conhecido como Radiologia, é uma especialidade médica como qualquer outra, assim como ginecologia, pediatria, ortopedia, etc. Ainda hoje alguns têm dúvida sobre a atuação do radiologista, por exemplo, se é a pessoa que realiza uma radiografia ou ressonância magnética (na verdade é aquele que interpretará estes exames), ou aquele que vai tratar de uma lesão ortopédica (na verdade é aquele que realizará um laudo médico sobre a lesão, auxiliando o ortopedista do paciente).
Para exercer esta especialidade, primeiramente a pessoa tem que se formar médico, após seis anos de faculdade de Medicina. Ao término do curso, o médico presta concurso de Residência Médica para Radiologia, da mesma forma que ocorre com outros especialistas. A residência médica de Diagnóstico por Imagem, atualmente no Brasil, dura três anos, e é exercida em hospitais universitários, na maioria dos casos.
Antigamente conhecida apenas por Radiologia, hoje a especialidade é chamada de Diagnóstico por Imagem, porque nas últimas décadas surgiram métodos de exames bastante diferentes da radiologia convencional (RX). Foram inventados os aparelhos/métodos de ultra-sonografia (US), tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM). E todos esses métodos fazem parte do aprendizado, especialização e trabalho do radiologista contemporâneo.
Durante a residência médica, o radiologista em formação irá aprender as diferentes técnicas desses exames e como estes são utilizados a fim de se obter diagnósticos médicos. Nos estágios da residência, não apenas o médico passará por estágios de RX, US, TC e RM, como também por sub-especialidades da radiologia, como, neurorradiologia, radiologia abdominal ou pediátrica, radiologia músculo-esquelética.
Ao término dos três anos da residência médica, o radiologista poderá optar em seguir no mercado de trabalho, ou manter vínculo no hospital escola, ligado ao departamento de radiologia, para fazer um complemento em uma das sub-especialidades da radiologia, acima descritas. Dessa forma, o radiologista tomará conhecimento de aspectos diretamente ligados às especialidades médicas, por exemplo, ortopedia e traumatologia, e suas respectivas doenças e lesões.
Em algumas cidades brasileiras, como São Paulo, a depender da filosofia do hospital ou clínica radiológica, o serviço de diagnóstico por imagem é feito por radiologistas especialistas. Ou seja, se o exame é da área de músculo-esquelético, o seu laudo médico (relatório) será produzido por um radiologista dessa especialidade. Isso ocorre devido à grande ampliação progressiva do conhecimento médico, mas traz vantagens, porque gera confiança para muitos dos médicos solicitantes e benefício direto ao paciente.
Portanto, o radiologista é o médico que realizará o laudo de um exame de imagem de um paciente (exame este realizado por um técnico ou biomédico). O radiologista presta assim um serviço ao paciente e seu médico, uma vez que o paciente, ao levar o exame e seu laudo ao seu médico, este sim dará a orientação ou tratamento necessários ao paciente, mediante sua experiência profissional.
Deve-se salientar que o diagnóstico por imagem, como o próprio nome já diz, é apenas mais um exame subsidiário na medicina, ainda que altamente sofisticado e muitas vezes específico. O diagnóstico definitivo de uma doença ou lesão poderá ser obtido pela história clínica, exames clínicos, outros exames (laboratório, anátomo-patológico, etc), analisados conjuntamente pelo médico do paciente.
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