Existem tantos especialistas no mercado, que muitas vezes se não pesquisarmos e nos interessarmos pelas alterações do corpo, ficamos concentrados em clínico geral e outros mais conhecidos, porém é sempre bom pesquisar e fazer avaliações das mais diversas para não ser pego de surpresa em algum momento da vida.
Entre os nomes mais difíceis, mas também importantes, está o endocrinologista. A Dra. Laura Sterian Ward, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo alerta que é fundamental a consulta com o especialista na área.
“As doenças endócrinas são relativamente frequentes. O hipo e o hipertireoidismo podem afetar de 2% a 5% da população e nódulos de tireoide acontecem em metade das mulheres acima de 50 anos de idade. O clínico, de maneira geral, está capacitado para atender todos esses casos, porém os mais difíceis de diagnóstico e tratamento exigem um especialista”, diz.
Médico examina a tireoide Foto: Pixabay
Mas o que é a tireoide?
Ela é uma glândula em formato de borboleta, que fica localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão. É uma das maiores glândulas do corpo humano e age na função de órgãos importantes como o coração, cérebro, fígado e rins.
Interfere no crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, fertilidade, peso, memória, concentração, humor e no controle emocional. Sabendo disso, é fundamental que ela esteja em perfeito estado de funcionamento para garantir o equilíbrio e harmonia do organismo.
O que é hipotireoidismo e hipertireoidismo?
Hipotireoidismo é nome que se dá ao estado decorrente de menor produção de hormônios tireoidianos. Enquanto o hipertireoidismo, ao contrário, é o estado do indivíduo que tem excesso de hormônio circulante, seja por aumento da função da glândula da tireoide, seja por ingestão de hormônios tireoidianos.
Ter nódulos, é normal?
Ter nódulos da tireoide não é normal, mas é muito frequente. Metade das mulheres acima de 50 anos têm um nódulo detectável na ultrassonografia cervical e quanto mais eficaz os métodos de imagem, maior a chance de se encontrar algo.
Segundo a Dra. alguns aparelhos de ultrassom estão ficando cada vez mais sofisticados e detectam pequenas alterações que, embora não se possa dizer que sejam normais, sem dúvidas são muito comuns e não representam perigo ao paciente.
Quais outras disfunções o endocrinologista pode identificar?
O endocrinologista pode detectar anormalidades no estado tireoidiano e as suas causas. Embora a maior parte dos casos de hipotireoidismo seja diagnosticada apenas pela elevação dos níveis de TSH, queda de T4 livre e presença de anticorpos com alteração de ultrassonografia, em alguns poucos casos, deve-se fazer o diagnóstico diferencial, principalmente no hipotireoidismo subclínico, que pode aparecer em estados de doenças crônicas ou com uso de medicamentos, mas para isso, consultar um endocrinologista é fundamental.
No caso do hipertireoidismo, embora a maior parte das vezes eles sejam devidos ao excesso de produção de hormônio tireoidiano por uma doença autoimune detectável, pelos níveis de anticorpos anti-receptor de TSH, existem casos que se devem descartar o uso de hormônios tireoidianos em excesso, e algumas outras poucas patologias que causam elevação de hormônio tireoidiano que o endocrinologista pode identificar.
Glândula da tireoide Foto: Pixabay
Quais são os tratamento para essas disfunções?
Tratamento do hipotireoidismo consiste na reposição de hormônios tireoidianos. Eles existem em forma sintética – hormônios iguais ao que nosso organismo e a glândula tireoidiana produzem – disponíveis em diversas formulações e dosagem, de modo que se pode adaptar a dose para a necessidade de cada paciente.
Em relação ao hipertireoidismo, existem três formas básicas de tratamento. A primeira dela é o uso de medicamentos que inibem a produção de hormônios tireoidianos pela glândula, as drogas anti-tireoidianas, a que usamos mais comumente em nosso meio é o metimazol. Também pode se usar terapias apelativas, removendo a glândula através de cirurgia. A terceira forma de tratar o hipertireoidismo é a ablação actínica, em que o iodo radioativo queima a glândula tireoide.
Alimentação pode ser causa de algum problema na tireoide?
A alimentação está muito relacionada à disfunção da tireoide, principalmente à falta de iodo, em áreas onde não se disponibiliza sal iodado. Existem leis que obrigam a iodação do sal, mas em locais que isso não acontece, como na África e nos países da China, existem o bócio endêmico, que acontece por falta de iodo. O excesso também é ruim, ele está associado a tireoidite de Hashimoto.
Então, uma alimentação adequada com níveis normais de proteínas, vitaminas e sais minerais, faz bem não só para tireoide, mas evita doenças que estão relacionadas a alterações alimentares. Excessos como comer coisas salgadas demais, principalmente na adolescência, podem ser ruins. O equilíbrio é fundamental.
Existe alguma forma de evitar esses tipos de problema?
Uma dieta saudável e equilibrada, lembrando que o exercício físico é fundamental para uma boa saúde da tireoide e de todo o organismo.