O exercício físico é recomendado em todas as fases da vida, desde crianças até idosos. E com a gestante não é diferente. Mais do que um simples exercício, manter-se ativa durante a gravidez pode trazer benefícios como controle de peso, melhora do humor, sono de qualidade e até preparação para o parto.
Apesar dos benefícios, é importante lembrar que a corrida, por ser uma atividade de impacto, exige atenção especial durante a gestação. De acordo com a dra. Fernanda Santos Belem, médica ginecologista e obstetra da Clínica Sartor, “Há riscos específicos envolvidos, como quedas, entorses e sobrecarga osteomuscular, o que torna essencial a avaliação com o obstetra antes de manter ou iniciar a prática.”
Para mulheres que já corriam antes da gravidez, o acompanhamento de um profissional de educação física e, se possível, de um fisioterapeuta, é altamente recomendado. Já para quem nunca correu, esse pode não ser o melhor momento para começar. Cada gestação é única e, em alguns casos, será necessário adaptar — ou até pausar — a atividade física, sempre com base na orientação médica.
Benefícios da corrida
Os benefícios da corrida na gestação vão muito além do condicionamento físico. Por ser uma atividade aeróbica, ela auxilia no controle de peso, na regulação da glicemia, sendo especialmente positiva para gestantes com diabetes prévia ou para prevenção do diabetes gestacional e também no alívio do estresse e na melhora do humor.
“Estudos mais recentes indicam ainda que a prática pode trazer efeitos positivos para o desenvolvimento do bebê. No entanto, caso a corrida não seja viável por qualquer motivo, é totalmente possível substituí-la por outra atividade segura, que ofereça benefícios semelhantes e mantenha a gestante em movimento,” destaca a obstetra.
Há algum período da gestação em que a corrida não é recomendada?
Como explica a Dra. Fernanda, no final da gestação, a partir do 3º trimestre, é importante avaliar de perto a manutenção e a intensidade da corrida. “Devido às modificações da gestação, e o volume abdominal, o risco de queda é maior, e suas consequências também podem ser mais graves, assim como o risco de lesões musculares. Além disso, nessa fase, o fôlego para correr já diminui, então adaptações regulares são importantes.”
Tem como adaptar a frequência dos treinos durante a gravidez?
A duração e a frequência dos treinos durante a gestação também são pontos que geram dúvidas. Embora não exista um limite exato, essas decisões devem ser avaliadas individualmente. Segundo a Dra. Fernanda, “O ideal é manter uma rotina equilibrada, que inclua tanto atividades cardiovasculares, como a corrida, quanto exercícios resistidos (como musculação leve) e de flexibilidade. Essa combinação favorece o condicionamento físico, melhora a postura e contribui para uma gestação mais confortável e saudável — desde que sempre com orientação adequada.”
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Após o parto, quanto tempo a mulher deve esperar para voltar a correr?
“Tudo depende de como foi o parto e da recuperação individual”, ressalta a dra. Fernanda. O tempo de espera varia conforme o tipo de parto e possíveis complicações. Após a liberação do obstetra, o ideal é que a mulher passe por uma avaliação com um fisioterapeuta especializado em saúde da mulher. Essa etapa é fundamental para analisar a musculatura e garantir que o retorno à atividade aconteça de forma segura, com fortalecimento progressivo. Essa abordagem reduz significativamente os riscos de lesões e episódios de incontinência urinária. Além disso, o retorno deve ser sempre gradual e, de preferência, acompanhado por um profissional capacitado.
Com o aval do seu médico e o acompanhamento de profissionais qualificados, a corrida pode continuar sendo parte da sua rotina e lembre-se: o mais importante é se movimentar com segurança e consciência.