Uma das alternativas sugeridas por um dos organizadores para evitar a mudança seria mudar o local de chegada (foto: Harry Thomas Jr./ www.webrun.com.br)
Entre as mudanças anunciadas pelos organizadores da Corrida Internacional de São Silvestre este ano, a notícia sobre a entrega antecipada das medalhas permanece provocando insatisfação entre os participantes. Apesar de diversos argumentos mencionados pela organização, a medalha vir junto ao kit, na opinião de muitos corredores, não se justifica.
No final da prova, já cansado, a melhor coisa é pegar a sacolinha de frutas e olhar a medalha. A banana e a maçã não sobra porque a gente come. Mas quando a gente sai da disputa com medalha no pescoço a sensação é outra, garante Sérgio Borges, que participa da competição pela décima vez este ano. Acho que o conceito da medalha é depois da conquista. Não faz o menor sentido você pegar antes, acrescenta.
Assim como Sérgio Borges, o corredor Nelson Valente, outro veterano da prova, também reclama da mudança. Já existem algumas questões complicadas, como o horário da largada da prova, que já desmotiva por conta do forte calor. Agora saber que finalizarei o percurso e não receberei a medalha logo depois desanima ainda mais, reclama o atleta que já marcou presença sete vezes na São Silvestre.
Eu e muitos outros competidores nos preparamos o ano inteiro para este evento. De repente a gente descobre que muita gente despreparada, incapaz de completar o trajeto, também terá uma medalha como a minha e a de quem enfrentou os 15 quilômetros até o fim. Isso é completamente injusto, ressalta Nelson. Para o corredor, o ideal seria que essa mudança fosse informada antes das inscrições serem abertas, pois todos estariam conscientes em participar da prova mesmo com essa alteração.
Em entrevista concedida a uma emissora de rádio da capital paulista, na última sexta-feira, um dos organizadores da competição, Julio Deodoro, afirmou que a entrega das medalhas acontecia no estacionamento do antigo Casarão Matarazzo, mas o local virou canteiro de obras para a construção de um edifício. Diante desta situação foi preciso pensar em uma maneira de fazer rapidamente a dispersão, para evitar tumulto e garantir a segurança dos atletas.
Uma das alternativas sugeridas pelos organizadores, de acordo com Deodoro, foi mudar a chegada para o Parque do Ibirapuera, o que foi negado pela CET. Além disso, o diretor disse que essa mudança vinha sendo discutida há algum tempo, pois enquanto alguns corredores estão finalizando a prova, muita gente está indo para Av. Paulista passar o Reveillón. Já em nota oficial ao Webrun, a organização da prova informou que a medida inédita foi tomada porque este ano o chip de cronometragem será descartável e até o ano passado a medalha era trocada pelo chip (não descartável), após a corrida.
Este texto foi escrito por: Monique Barleben