Ir para Jerusalém é algo que todo viajante, religioso ou não, deveria fazer. Citando apenas um motivo, a diversidade cultural presente nos arredores da cidade é surpreendente. Para nós brasileiros, mesmo com a mistura de tantos povos, o que mais se destaca é a divulgação das crenças, já que as tradições são seguidas a risca na “Cidade Santa”. Isso é visível também na prática de esportes e na maratona não foi diferente: diversos judeus com seus kipás e israelenses usando o véu mesmo participando da maratona.
Um dos judeus que não deixou de usar seu kipa, que para eles tem um importante significado: Deus está sempre acima de mim, foi Uri Gassenbauer. Nascido em Jerusalém, mas vivendo em uma cidade nos arredores Uri estava animado por ter terminado pela 2ª vez os 21km. “O mais incrível é correr na cidade velha e ver as pessoas todas juntas, além disso também há a torcida dos moradores, que estão o tempo todo dizendo palavras de incentivo e ajudando os corredores. Quero muito estar aqui de novo no próximo ano”, diz.
Phillip Schwartze, era um dos jornalistas estrangeiros que estavam presentes para a cobertura da prova e também para correr. “A largada foi incrível, senti uma ótima atmosfera e boa vibe de estar ali naquele momento. Depois disso largamos e comecei muito rápido, achei que fazer 5km ia ser tranquilo e poderia atingir uma boa colocação”, mas não foi bem assim. “As subidas começaram a aparecer com mais frequência e após o primeiro quilômetro eu já estava cansado, de qualquer forma foi uma ótima experiência”, conta o alemão.
A diversidade de povos só tornou a prova ainda mais especial. Fantasias estavam em constante presença nos trajes dos participantes e a animação chegava em um nível altíssimo na passagem por pontos de interação, com artistas, bandas e diversos outros pequenos “shows”. Nomes ilustres do esporte também estavam presentes na prova, como o ex jogador de futebol Alessandro CostaCurta, do time espanhol Milan.
Os indianos Vaushali Katsure e Ashok Nath são um casal de corredores que gosta de viajar o mundo fazendo o turismo esportivo, dessa vez escolheram Jerusalém para mais uma maratona. “Já corremos 5 das 6 Majors e escolhemos Jerusalém porque tem uma vibração diferente para o mundo inteiro. Vir aqui e conhecer os lugares bíblicos é uma oportunidade incrível, então planejamos e viemos. O próximo destino também já está escolhido, é o Brasil. Correremos a Maratona do Rio de Janeiroe em junho, também nunca estivemos lá”, diz.
A interação do público, corredor ou não, presentes na prova era o mais incrível, mostrando-se uma cultura bem diferente da brasileiras em eventos desse tipo. No momento da premiação os corredores estavam em grande número na frente do palco aplaudindo os campeões, todos estrangeiros, como se fossem seus conterrâneos. Algo que muitas vezes não acontece no Brasil, além disso o local disponibilizava mais de 10 ativades de interação na arena a céu aberto e todas estavam cheias mesmo horas após o fim do evento. A prova realmente movimenta e anima a vida dos Israelenses.
Vale a pena a visita!