Para os apaixonados pela corrida, a prática é uma maneira de se sentir vivo e quanto mais treinos, melhor. Mas aí é que surge a dúvida “Posso correr todos os dias? Isso faz mal à minha saúde?” Nós conversamos com o Dr. Alexandre Stivanin, ortopedista membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e do Hospital Samaritano para entender.
Existe uma frequência ideal de corrida?
“O mínimo para se ter condicionamento físico é a prática três vezes na semana. Mas também há um limite, é preciso fazer pelo menos uma pausa por semana”, explica.
Pensar no descanso entre a corrida também pode ser considerado um treino, é neste momento que o corpo se recupera para ficar pronto para a próxima e é uma pausa necessária para não ter overtraining, ou seja, o excesso de treino.
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Correr em excesso traz danos ao corpo?
“O excesso de corrida pode causar dores na coluna lombar, tendinites do pé, tornozelo e ombro. O ideal é encontrar o equilíbrio e aumentar progressivamente o treinamento. Se a pessoa tem uma lesão e mesmo assim corre com muita frequência, ela não tem tempo do corpo se reparar e pode piorar o quadro”, ressalta Alexandre.
Além de dores e lesões, ultrapassar seu limite de treinos também pode gerar insônia, diminuição da imunidade e queda do desempenho físico.
– É necessário intercalar a prática de corrida com outra modalidade?
“Falo para meus pacientes que o segredo da longevidade no esporte é a alternância. O ideal é intercalar entre corrida e fortalecimento da musculatura – ela mais forte e estabilizada, protege as articulações, principalmente na absorção dos impactos, para que não haja uma sobrecarga, nem nenhuma lesão articular”, afirma.
Em geral, a corrida é um esporte que traz inúmeros benefícios, mas o desempenho e objetivos de cada pessoa no esporte é diferente, por isso não dá para generalizar se correr todos os dias vai fazer realmente mal ou não.
O indicado é que quem deseja iniciar a prática da modalidade, procure um cardiologista, faça os exames necessários e, após o parecer médico, obtenha a liberação para começar os treinos. Além disso, é preciso que haja sempre o acompanhamento de um profissional de educação física, habilitado e capacitado. Seguindo essas orientações, os riscos de prejuízos à saúde são diminuídos drasticamente.