Muito se houve falar sobre a corrida envelhecer a pele. Há quem diga que a modalidade acelera o aparecimento de rugas, manchas e flacidez e tem até gente que chama de “rosto de corredor”. Mas será que é verdade? A resposta simplificada é: não exatamente. A corrida em si não é vilã.
“Na realidade, a corrida em si não é responsável pelo envelhecimento da pele, o que contribui para esse efeito são fatores externos associados ao hábito de correr, como exposição solar sem proteção, falta de hidratação adequada e perda de peso acentuada sem acompanhamento nutricional”, explica Camilee Tostes, dermatologista, alergista e especialista em estética avançada. Afiliada ao Instituto Nutrindo Ideais.

O impacto à pele está muito mais ligado aos cuidados, ou falta deles, antes e durante a prática de corrida. E os três principais vilões, neste caso, são: sol, suor e desidratação.
“Os principais fatores da corrida que afetam a saúde da pele estão ligados ao ambiente e às condições do exercício, e ela começa pelo sol. A exposição solar, especialmente em horários de alta radiação, acelera o fotoenvelhecimento, favorecendo manchas, rugas e flacidez quando não há proteção adequada”, destaca a dermatologista.
O suor também entra na lista. “O suor pode irritar a pele, alterar seu pH natural e agravar condições como acne ou rosácea, além de facilitar a perda de água trans epidérmica”.
A falta de hidratação adequada, muitas vezes subestimada, completa o trio. “Já a desidratação, comum em treinos longos e intensos, reduz a elasticidade e a vitalidade da pele, deixando-a mais opaca e vulnerável a sinais de envelhecimento”, alerta Camilee.
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E entre estes três, se formos escolher o pior vilão, este sem dúvidas é o sol. “A radiação ultravioleta, especialmente os raios UVA, presentes mesmo em dias nublados, atinge as camadas mais profundas da pele e acelera o processo de fotoenvelhecimento, contribuindo para o aparecimento de manchas, rugas, flacidez e alterações na textura”, reforça a médica. “Além disso, com o passar dos anos, esses danos podem aumentar o risco de lesões pré-malignas e câncer de pele”, informa a especialista.
Como proteger a pele durante a corrida?
“A fotoproteção é o passo mais importante”, segundo Camilee, aplicar protetor solar com FPS alto e resistente ao suor cerca de 20 a 30 minutos antes da corrida, reaplicando sempre que necessário, já faz diferença. O horário também conta: “Treinar em horários de menor radiação solar, como no início da manhã ou no fim da tarde, também reduz os danos causados pelos raios UV.”
Acessórios entram na lista. “O uso de boné, viseira e óculos escuros com proteção UV ajuda a proteger áreas sensíveis, como rosto e região dos olhos”, recomenda a dermatologista. Depois do treino, limpar e hidratar a pele é essencial.
A dermatologista fecha com uma dica extra: “Incluir na rotina cuidados antioxidantes, como vitamina C tópica ou outros ativos protetores, ajudam a neutralizar os radicais livres produzidos durante a exposição solar e o esforço físico”, orienta.