Ter os pés cuidados e saudáveis, faz muita diferença no desempenho atlético e conforto do corredor, uma pequeno incômodo pode acabar até mesmo com uma prova importante. Por isso, o dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Caio Lamunier, dá algumas dicas de como cuidar dessa parte tão importante do corpo.
Cuidar do seus pés é importantíssimos para continuar tendo corridas e treinos saudáveis Foto: sek1111/Fotolia
Várias alterações podem acometer o pé do corredor. A mais famosa, que leva inclusive o nome popular de “pé de atleta”, é a micose interdigital, vulgo frieira, que acontece devido a umidade e calor acumulados entre os dedos dos pés. Seja por suor, meias e tênis molhados ou corrida na chuva a umidade acumulada tende a deixar nossa pele mais frágil e enrugada, facilitando descamações. Isso, associado com o calor, cria um ambiente perfeito para fungos se proliferarem. “A dica nestes casos é simples: após cada corrida troque os calçados e meias e seque bem os pés. Talcos ajudam a mantê-los secos por mais tempo”, explica Caio.
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A segunda causa de doenças nos pés de corredores são os famosos calos, que muitas vezes são confundidos erroneamente com olho de peixe. “Calos ou calosidades normalmente são dolorosos e tem um ‘olho’ esbranquiçado no meio. Por serem dolorosos eles atrapalham muito o desempenho do corredor, além de aumentarem os riscos de outras lesões, por favorecerem pisadas tortas durante as corridas”, explica o dermatologista.
Neste caso, o ideal é procurar saber a causa do calo que normalmente é uma pisada torta ou esporão ósseo. Alguns cremes com ácidos e ureia melhoram os calos, mas pode ser necessário lixá-los ou retirá-los cirurgicamente.
O “Pé de atleta” é um dos problemas maus comuns Foto: Alexander Raths/Fotolia
Verrugas plantares ou “olho de peixe” parecem calosidades, mas seu centro possui pontinhos pretos e normalmente não doem. São mais comuns em crianças e jovens. Seu tratamento é bastante variável, mas normalmente não cirúrgico. “Cremes, ácidos e terapia com nitrogênio líquido são as mais utilizadas. Para evitá-las, procure não andar descalço em piscinas e chuveiros públicos, prefira sempre utilizar um chinelo para proteção”, conta.
A espessura da pele também pode ser um problema para corredores. Muito fina, pode gerar desconforto e causar bolhas. “Use duas meias, uma bem fina por baixo e outra mais grossa, diminuindo o atrito da pele”, explica. A pele grossa pode incomodar quando causar fissuras. “Você pode usar vaselina nas fissuras e hidratantes com ureia na pele grossa”, acrescenta.
Bolhas nos pés não aparecem somente em quem tem a pele fina. Calçados inadequados ou falta de meias aumentam o atrito e favorecem seu aparecimento. Elas podem ser estouradas com uma agulha esterilizada, mas nunca remova a pele da bolha, ela ajuda na cicatrização.
As unhas exigem um cuidado contínuo nos corredores. Uma unha mal cortada pode levar a um hematoma durante a corrida, deixando a preta ou avermelhada e causando muita dor. O hematoma deve ser drenado para aliviar a dor e evitar defeitos futuros. Unha encravada também é comum. Há diversos tratamentos possíveis com podólogos e dermatologistas, mas há casos que somente cirurgia resolve. Muitas vezes o impacto repetitivo que a corrida provoca levam a unhas mais opacas e ressecadas. Apesar de ser confundido com micose, não há fungo, esta alteração ocorre pelo trauma da corrida. Há medicações que aceleram o crescimento e as deixam mais transparentes e brilhantes.
Por último, há corredores que suam mais que outros. Quando esse suor é maior nos pés, pode levar a mal cheiro, bolhas e micoses. “Há cremes e cirurgia para melhorar o suor. A aplicação de toxina botulínica na planta dos pés controla o suor e dá maior conforto ao corredor”, diz o médico.